Frei Jean Raguénès, agente da CPT, faleceu na manhã de hoje em um hospital em São Paulo, em decorrência de um câncer. Francês, frei Jean se mudou para o Brasil há 15 anos atrás. Trabalhou na CPT na região de São Félix do Xingu e criou a equipe da Pastoral em Tucumã, Pará.
É com pesar e com tristeza que informamos que nesta manhã (31.01.2013), às 10h00, faleceu nosso querido companheiro Frei Jean.
Conforme as informações que estavam circulando nos e-mails, Frei Jean estava internado na cidade de São Paulo desde o dia 21.01.2013, em razão de um câncer que já estava em estágio avançado. Neste período muitos amigos e companheiros enviaram a ele, mensagens de apoio e carinho que vieram de todo o Brasil e da França. As mensagens, foram passadas a Frei Jean sistematicamente por Frei Henri, e ajudaram muito para fortalecê-lo nesse período, para enfrentar esse momento “de passagem para outra vida.”
Durante as visitas que ele recebeu nessa sua fase final, apesar das dores e do estágio avançado da doença, Frei Jean se mostrava muito sereno e feliz, com as visitas e mensagens de apoio e solidariedade que chegavam de todos os cantos.
O sepultamento ocorrerá amanhã, sexta feira, (01.02.2013), após a celebração da missa ás 09:00 hs, na Igreja Sagrada Família , Avenida do Cursino, nº 1915, Jardim da Saúde, na cidade de São Paulo.
Frei Jean sempre será lembrado por toda sua simplicidade, compromisso com as grandes causas povo, pela sua bonitavoz e suas canções.
Quaisquer mensagens de solidariedade e apoio, podem continuar sendo enviadas para o e-mail do Frei Henri, no endereço henridesroziers@yahoo.com.br.
Xinguara, 31.01.2013
Equipe da CPT Xinguara
Sobre Frei Jean:
Ex-carmelita que virou dominicano, natural da Bretagne (F), o fr Jean Raguénès mudou-se para o Brasil uns 15 anos atrás. Depois de um tempo em Altamira, na Prelazia do Xingu, ele foi para Tucumã (PA) onde criou a CPT e trabalhou até cinco anos atrás. Mudou-se então para São Félix do Xingu, em função das dificuldades crescentes que enfrentava por conta da quase total cegueira que em pouco tempo tomou conta. Três anos atrás resolveu se transferir para São Paulo onde, no maior convento dos dominicanos - o do Jardim da Saúde, convento de estudo - foi eleito prior e iniciou um trabalho com o povo em situação de rua. Com seus 80 e poucos anos, Jean tem um histórico de luta excepcional: ele liderou nos anos 1970 o maior conflito operário francês da época (a ocupação da fábrica de relógios da LIP em Besançon, com mil operários, um conflito que se alongou por quase 10 anos e inventou o slogan: "a gente ocupa, produz, vende... e se paga!", uma versão profética do "ocupar, resistir e produzir". LIP sintetizou na época as aspirações pela autogestão operária. Antes disso Jean e Henri trabalharam juntos em Paris, como "capelães" da faculdade de Direito durante a 'revolução' de 1968, transformando o local em ponto alto da resistência e da utopia estudantil. Jean coordenou também por vários anos uma rede francesa de Solidariedade terceiro-mundista.