COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

O corpo encontrado na última quinta feira, dia 26, em um bananal entre as fazendas São Gonçalo e Novo Horizonte, município de Porto Calvo, Alagoas, pode ser do trabalhador rural Edvaldo Rodrigues Ferreira, acampado da Fazenda Porto Seguro, município de Porto de Pedras. Edvaldo está desaparecido desde o dia 30 de junho.

 

 

Segundo familiares, um dia antes do desaparecimento, o proprietário da fazenda, Everaldo de Albuquerque Alves, em conversa com Ferreira insistia em saber qual o nome da liderança do movimento que ocupou o imóvel. Diante da recusa de passar as informações, o proprietário ameaçou o sem terra dizendo que “então você vai dar conta, é justiça que vocês querem, justiça vão ter”.

Os familiares reconheceram o corpo, no Instituto Medico Legal – IML, como sendo de Edvaldo por causa das vestimentas. Porém, o delegado Antônio Nunes, responsável pelo inquérito, ainda tem dúvidas a respeito da identificação do corpo, uma vez que a família afirma que o trabalhador possuía dentes e o perito informou que o corpo examinado não possui arcada. Os familiares aguardam o resultado final da perícia de identificação do corpo. A demora e indefinição aumenta ainda mais a dor dos parentes.

A Comissão Pastoral da Terra denunciou, no início de julho, o desaparecimento do trabalhador ao Delegado Geral da Policia Civil, Paulo Cerqueira, e solicitou ainda a nomeação de um delegado especial para investigar o caso. A CPT não descarta a possibilidade de ser um crime de conflito agrário. Ainda ontem (31/07), a Pastoral encaminhou ofícios ao Comitê de Conflitos Agrários do Estado de Alagoas, ao Governador e à Ouvidoria Agrária Nacional, exigindo das autoridades providências para investigar este caso e solucionar os conflitos agrários no estado. Foi solicitado também uma audiência com o Delegado Geral da Policia Civil e o secretario da Defesa Social, Dário César, mas até o momento não houve reação do Governo.

O Padre Alex Cauchi, acredita que estes conflitos são gerados pela não realização da Reforma agrária, pois o INCRA demora anos para fazer uma desapropriação, mesmo nos imóveis que não cumprem a função social da propriedade e cujos proprietários devem milhões aos Bancos Públicos e impostos. O Coordenador Regional da CPT, Carlos Lima, espera que o inquérito seja concluído o mais rápido possível, que os culpados sejam punidos e a fazenda Porto Seguro seja desapropriada.

 

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