Na última quarta-feira (28), por volta das 19h, Teodoro Ricardi (25 anos) foi barbaramente atacado e espancado por homens ao retornar da cidade de Paranhos, no Mato Grosso do Sul, para a comunidade de Y’poi. Encontrado pelos familiares, Teodoro foi levado para sua casa no acampamento Y’poi, onde mora com sua esposa e 5 filhos. Algumas horas depois da agressão, não resistiu aos ferimentos e faleceu.
Da Comissão Pastoral da Terra
Os familiares que encontraram Teodoro afirmam que chegaram a tempo de ver os agressores e reconheceram que se tratava de pistoleiros, que diariamente fazem cerco a comunidade da fazenda São Luiz, em Paranhos.
Violência
Teodoro Ricardi era primo de Genilvado Vera e Rolindo Vera, professores assassinados em agosto de 2009. O corpo de Genilvado foi encontrado 10 dias depois no riacho Y’poi com marcas da tortura que sofreu antes de ser morto. Já o corpo do professor Rolindo Vera até hoje não foi encontrado.
Os familiares de Genivaldo e Rolindo Vera retornaram em agosto de 2010 para seu Tekoha Y’poi. Motivados principalmente pela busca do corpo de Rolindo.
Segundo o próprio fazendeiro, em depoimento a justiça, os Guaranis Nhandeva de Y’poi foram expulso há mais de 28 anos de seu Tekoha quando estes “trabalhavam” para o seu pai.
Em novembro de 2010, a justiça permitiu a permanência da comunidade em seu Tekoha até que a Funai conclua os estudos de identificação das terras Kaiowá Guarani, previsto no TAC. No entanto, a comunidade é obrigada a conviver diariamente com pistoleiros que a cercam e com o isolamento já que somente a Funai e a Sesai podem entrar na área, o que vezes é sujeita a vontade do fazendeiro.