As polícias Civil e Militar do Pará prenderam na manhã de domingo (18) os irmãos José Rodrigues Moreira e Lindonjonson Silva Rocha, acusados de assinar os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, no dia 24 de maio, em Nova Ipixuna, sudeste do Estado.
A prisão ocorreu em uma área rural de Novo Repartimento, município às margens da rodovia Transamazônica e distante 511 km de Belém.
De acordo com o governo do Estado, os acusados foram presos em uma área de mata fechada, distante cerca de 50 km da sede do município. A polícia afirma ter encontrado três revólveres calibre 38 e uma espingarda.
A prisão deles foi decretada em julho. O suspeito Alberto Lopes do Nascimento continua foragido.
Segundo denúncia do Ministério Público, Moreira é o dono de terras no assentamento onde o casal morava. Ele é acusado de ter sido o mandante das mortes. Irmão de Moreira, Lindonjonson é suspeito de atirar no casal.
AMEAÇAS
Desde o crime, familiares do casal têm relatado ameaças de mortes. O Ministério Público Federal já pediu inclusive que eles sejam protegidos pela Polícia Federal.
A Procuradoria também solicitou a federalização do crime. Para os procuradores, o assassinato está diretamente ligado à comercialização ilegal de terras da União.
Em novembro, José Claudio Ribeiro da Silva disse durante uma palestra que vivia "com uma bala na cabeça" por denunciar madeireiros da região.
"A mesma coisa que fizeram com o Chico Mendes e a irmã Dorothy [Stang], querem fazer comigo", afirmou.
Ele e a mulher viviam no Assentamento Agroextrativista Praialta Piranheira, onde faziam artesanato a partir de recursos naturais e cultivavam frutas, como açaí.
O casal foi atingido por vários tiros quando passava por uma ponte no caminho da comunidade rural onde moravam.