Entre os dias 15 e 18 de março será realizado, no Ginásio de Esportes de Sobradinho, o Acampamento dos Ameaçados e Atingidos por Barragens. Durante a atividade, pretende-se intensificar o diálogo com as populações atingidas sobre os grandes projetos, com foco na Transposição do Rio São Francisco e nas Barragens. Na oportunidade, será viabilizado também o intercâmbio entre os atingidos e ameaçados, no sentido de construir uma pauta de reivindicação dessas comunidades.
Entre os dias 15 e 18 de março será realizado, no Ginásio de Esportes de Sobradinho, o Acampamento dos Ameaçados e Atingidos por Barragens. Estarão presentes representantes de comunidades atingidas pela Barragem de Sobradinho, que ainda lutam pela efetivação de seus direitos junto à CHESF, e famílias ameaçadas pela construção das barragens de Riacho Seco e Pedra Branca.
O Acampamento tem como objetivos a articulação dos atingidos por barragens das diversas comunidades e municípios; o diálogo conjunto sobre os grandes projetos de investimento do capital e suas conseqüências; e a formação, colocando em pauta o debate do modelo energético brasileiro e a sua implicância nas questões sociais e ambientais.
Durante a atividade, pretende-se intensificar o diálogo com as populações atingidas sobre os grandes projetos, com foco na Transposição do Rio São Francisco e nas Barragens. Na oportunidade, será viabilizado também o intercâmbio entre os atingidos e ameaçados, no sentido de construir uma pauta de reivindicação dessas comunidades.
O Acampamento terá início no dia 15 com a montagem da estrutura e acomodação dos participantes. No dia 16, a partir de 8h, haverá uma análise de conjuntura da realidade brasileira e latino-americana, com foco nas questões sociais, políticas, econômicas e ambientais. Durante a tarde o debate será sobre o modelo energético e os grandes projetos na Bacia do São Francisco.
Nos dias 17 e 18, será feito o levantamento das demandas das comunidades e construção da pauta de reivindicação, que será entregue ao Poder Público.
Governo pretende construir mais duas barragens no São Francisco
O Governo Federal, através da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), viabiliza estudos para construção de duas barragens na região do Sub-Médio São Francisco: Riacho Seco e Pedra Branca.
Se construídas, as duas barragens atingirão comunidades dos municípios de Curaçá, Abaré e Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Orocó e Cabrobó, no Pernambuco.
Segundo informações do Movimento dos Atingidos por Barragens, cerca de 20 mil pessoas poderão ser desalojadas de suas áreas com a construção das duas obras.
No caso de Riacho Seco, a CHESF vem realizando oficinas no intuito de convencer as comunidades sobre a importância das barragens e negociar as condições de saída das famílias das suas terras.
Já o processo da hidrelétrica de Pedra Branca está suspenso devido ao processo de demarcação do território Tumbalalá, apesar do Governo Federal buscar brechas para a implantação.
Uma luta histórica contra as barragens
Para as entidades populares, no entanto, a luta não deve ser pela negociação, mas sim contra a implantação das barragens, pelos diversos impactos que esses projetos podem causar às famílias.
É antiga a luta contra as barragens na região do Sub-Médio São Francisco. Desde o final dos anos 70, com a construção da Barragem de Sobradinho, quando mais de 70 mil pessoas foram relocadas de suas terras, diversas organizações sociais e movimentos populares foram criados para defender os interesses das comunidades.
Depois de 30 anos da construção da Barragem de Sobradinho, muitas famílias ainda não tiveram os seus direitos garantidos, como água, saúde, infraestrutura de estradas, entre outras reivindicações.