COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Sede da CPT foi revirada mas nada foi levado, apesar de haver vários objetos de valor no local. A CPT coordenou até a última sexta-feira um acampamento com quilombolas que estãos sendo ameaçados de morte no estado. Uma greve de fome foi iniciada por 20 pessoas que estavam no acampamento, mas foi suspensa diante da promessa da ministra Maria do Rosário de se reunir com o grupo no próximo dia 22.

(foto jornal O Pequeno / texto idem com iformações da CPT MA)

Durante o último final de semana, a sede da Comissão Pastoral da Terra (CPT), localizada na Rua do Sol, próximo ao Sindicato dos Bancários, em São Luis (MA), foi arrombada. O local foi revirado pelos criminosos, entretanto, nada foi levado.

De acordo com o coordenador da CPT, padre Inaldo Serejo, ele chegou ao local, por volta das 9h30 de ontem, dia 13 de junho, na companhia do padre Clemir Batista e os dois constataram que o estabelecimento havia sido invadido. Na ocasião, os bandidos arrombaram a porta dos fundos do imóvel onde funciona a CPT e reviraram tudo, deixando documentos espalhados pelas salas.

Segundo o padre Clemir Batista, na sede havia vários objetos de valor e de fácil acesso, mas que não foram levados. Entre eles, estavam dois data-show, um notebook, um computador e uma impressora, além de talões de cheques. Ao ser constatado o arrombamento, os coordenadores da CPT acionaram uma viatura da Polícia Militar, que passava próximo ao local, para verificar a situação.

Padre Inaldo informou que procurou a Secretaria Estadual de Segurança para comunicar o ocorrido. Além disso, foi registrado um  boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Suspeitas

A CPT coordena o movimento quilombola que, em protesto, permaneceu acampado desde o dia 8 de junho até a última sexta-feira (10), na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Maranhão, reivindicando garantias de segurança para as comunidades e celeridade na titulação de suas terras. Para os dois padres, o caso pode estar relacionado ao protesto do movimento quilombola. “É muito estranho que o arrombamento tenha acontecido logo depois de suspendermos o acampamento, na sede do Incra, e depois de vários manifestantes terem sido ameaçados de morte”, declarou padre Clemir.

Ainda durante o mesmo final de semana, um estabelecimento comercial, localizado ao lado da sede da CPT, também foi arrombado. Entretanto, do local foi furtado um notebook. “Não conseguimos imaginar como alguém tem um trabalho enorme para arrombar uma porta, com a intenção de roubar, e não leva nada. O mais intrigante é que, na loja do lado, ocorreu o mesmo e de lá foi furtado um objeto”, enfatizou Clemir.

Conforme as declarações dos padres, os trabalhadores que estavam no acampamento precisaram ser escoltados para conseguir sair do local em segurança, uma vez que muitos chegaram a ser fotografados por uma pessoa dentro de um carro, e a receber ameaças formais de morte. A greve dos quilombolas foi suspensa até o dia 22 de junho, data em que ficou agendada uma reunião, em São Luís, com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário.

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