Na manhã de ontem, 9 de junho, 18 quilombolas e o coordenador da CPT no Maranhão, padre Inaldo, que desde o dia 3 ocupam a sede do Incra, em São Luís (MA), iniciaram uma greve de fome exigindo a presença da ministra dos direitos humanos, Maria do Rosário, para conversar sobre as ameaças de morte no estado e a constante violência contra os quilombolas.
Anteontem os acampados atualizaram a lista dos ameaçados e o número a que chegaram é de 59 pessoas. Nos últimos dias pelo menos duas lideranças quilombolas no estado sofreram tentativas de assassinato, Almirandi Madeira, vice-presidente do Quilombo do Charco e o líder quilombola, Francisco Chicó, do Quilombo Santana, no município de Santa Rita. O acampamento é denominado de Acampamento Negro Flaviano, em homenagem ao líder quilombola Flaviano Pinto Neto, da Comunidade Quilombola do Charco, município de São Vicente Ferrer, que foi assassinado no dia 30 de outubro de 2010.
O Acampamento começou na madrugada do dia 1/6 com uma salva de tambores, na praça Dom Pedro II onde estão as sedes do executivo e do judiciário maranhense. No acampamento estão presentes representantes de 40 comunidades quilombolas de todo o estado. Segundo os manifestantes, a superintendência maranhense do Incra não tem cumprido seu papel na resolução dos conflitos pela terra no estado – como também o governo do Maranhão e o Tribunal de Justiça. Só registrados pela Comissão Pastoral da Terra são 170 comunidades em conflito.
As lideranças quilombolas exigem ser ouvidas pela Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes já que o número de ameaçados cresce a cada dia. Entre os ameaçados além de lideranças quilombolas estão padres, advogados e servidores do Incra.