Em busca de uma solução que impeça o despejo da comunidade Antônio Pinto, localizada em Caaporã (PB), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e representantes do acampamento se reuniram ontem (23) com o Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública do Estado (DPE) da Paraíba, Secretaria de Estado e Desenvolvimento Humano (SEDH).
A comunidade é composta por aproximadamente 80 famílias que há 11 anos ocupam aquelas terras e delas garantem produção para alimentar suas famílias e abastecer os mercados dos municípios vizinhos e as feiras livres.
A reunião foi coordenada pelo Procurador Federal, doutor José Godoy, que manifestou preocupação com a proximidade do prazo de 180 dias para a reintegração de posse, concedido pela juíza da Comarca de Caaporã, e que termina no dia 1º de junho. O processo de despejo das famílias é movido pela Usina Maravilha.
Foram definidas algumas ações a partir do MPF no sentido de renovar o prazo e, em paralelo, serão encaminhados ofícios ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) solicitando a vistoria do imóvel, além de apresentar à juíza de Caaporã que a Defensoria Pública demonstrou interesse no processo.
Nessa reunião também foi apresentado um resumo do relatório do levantamento da realidade social e produtiva da área, o que evidencia a instauração de um triste problema social, caso as famílias sejam despejadas: são mais de 1 milhão e 900 mil pés de inhame plantados, 70 hectares de macaxeira, além de toneladas de feijão, milho, abacaxi e batata doce. Os agricultores e agricultoras têm suas posses constituídas com casas de alvenarias e muitas variedades frutíferas, como manga, coco, caju, abacate entre outros.
Os camponeses e as camponesas avaliaram a reunião como proveitosa e voltaram otimistas no sentido de resistirem em suas terras. Para a CPT de João Pessoa, foi importante debater sobre a situação das famílias e ter a sinalização positiva de manter o povo na terra, lugar sagrado para o homem e a mulher do campo.
Foto: Equipe CPT João Pessoa