COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Barragem é equiparada a de Mariana em proporção de exploração de minérios; população relata poluição do rio Tromaí, no oeste do estado. Nesta quinta-feira (25), diversas denúncias a partir de vídeos e matérias de veículos locais surgiram sobre o rompimento da principal barragem de rejeitos do Maranhão, no município de Godofredo Viana, na região extremo oeste, próximo a divisão com o estado do Pará.

por Movimento dos Atingidos por Barragens

A operação de responsabilidade da mineradora Aurizona pertence ao grupo privado Canadense Equinox Gold, trata-se da maior reserva mineral de ouro do Brasil e uma das principais do mundo. Dados de 2019 revelam que essa região possui mais de 750 mil toneladas de ouro estocado em minas.

A mineradora se posicionou em nota minimizando o problema e afirmando que não houve rompimento de barragem, mas, sim comprometimento de drenagem em operação da MASA S/A (Mineração Aurizona).

Até o momento não há informações sobre vítimas. Os primeiros relatos dão conta de que pode haver contaminação do rio e que o rompimento interditou o acesso à única estrada da região. O rio mais próximo da mineradora é o rio Tromaí, ao lado da barragem e ao mar em uma área de mangue.

As famílias contam que, por conta da contaminação de minérios no rio, já estão sem acesso à água potável.

A contaminação de minério deste tipo em corpos hídricos pode acarretar uma série de impactos sociais e ambientais na vida da população atingida, como a ocorrência de diversas doenças, além do aumento da pobreza e da desigualdade social, como ocorreu em Brumadinho, Minas Gerais.

Ressaltamos que em 2018 houve um deslocamento de pilhas de estéril, causado pela explosão de dinamites e cerca de quatro mil pessoas foram atingidas, ficando isoladas.

Na última terça-feira (23) a pedido do MAB, o deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB), aprovou na CCJ da Assembleia Legislativa do Maranhão a tramitação do PL 66/2021 que cria uma lei estadual de direitos das populações atingidas por barragens no Maranhão.

Afirmamos que o evento desta quinta-feira é mais um crime socioambiental das mineradoras, que são as mais beneficiadas com o atual modelo energético existente no país, e que se colocam contra a população brasileira.

As barragens de mineração, hidrelétricas e de água no Brasil não podem continuar representando insegurança, medo e violência para a população que vive próxima desses empreendimentos.

As empresas donas das barragens, muitas de fora do país e grandes transnacionais, são as beneficiadas com o lucro às custas de nossos recursos e do nosso povo, com altas tarifas, e precisam ser responsabilizadas urgentemente.

 

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