COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Quilombo invadido pela Suzano denuncia uso de agrotóxicos e desmatamento na região para expansão do plantio de soja da empresa.

Texto e Foto: Redação do site Balaiada*

O Quilombo Cocalinho, fica quase na divisa do Maranhão com o Piauí, junto com outras 90 comunidades, está no centro da resistência popular do Maranhão – estado que trouxe consigo o maior índice de pobreza e desigualdade do Brasil durante as últimas décadas. Cocalinho é uma ilha verde cercada por eucalipto. A lagoa e os braços de água usurpados matam a sede pela monocultura da empresa Suzano Papel e Celulose. O avanço do eucalipto e a falta de água expulsou espécies animais e vegetais, colocando em dificuldades seus habitantes tradicionais.

A região tem sofrido desmatamento e queimadas para abertura de áreas para implantação de monocultivos, como de soja, pinus e eucalipto, além do uso para pecuária extensiva. Estas práticas são caracterizadas pela devastação, pois substituem a cobertura vegetal original pelos novos cultivos, desconfigurando totalmente o bioma. Esta desconfiguração afeta a reprodução do bioma cerrado, comprometendo o reabastecimento das fontes hídricas e contaminando o solo. Compromete também a reprodução social das populações tradicionais já que o uso de agrotóxicos para a manutenção do plantio de eucalipto a alguns anos atrás e agora de soja, promove a contaminação do solo.

 

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Mesmo durante a pandemia os ataques ao solo e as comunidades tradicionais tem continuado, alimentado pelas constantes expulsões de camponeses e camponesas, provocadas pelas queimadas e destruição das áreas de cultivo e o do uso de agrotóxicos para a manutenção do plantio de eucalipto e soja, uma vez que a área está plantada há anos, e necessita de cuidados para combater as pragas para garantir a plena rentabilidade das árvores ao final de sete anos.

A Suzano Papel e Celulose LTDA., chegou na região no ano de 2009 e desde então promove a destruição e desmatamento da região de acordo com as comunidades tradicionais da região. A empresa vem causando vários danos no município e nas comunidades quilombolas, tanto no Quilombo Cocalinho como no Quilombo Guerreiro.

 

*publicado originalmente no site Balaiada

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