Dom João Justino esteve com as comunidades atingidas pelo projeto da mineradora chinesa, que pretende explorar minério de ferro no norte de Minas Gerais. O projeto da SAM prevê a construção da segunda maior barragem de rejeitos da mineração do mundo e de um mineroduto para levar o minério até o mar para exportação, em uma região marcada pela escassez hídrica.
Fonte: Cáritas Brasileira / Regional Minas Gerais
Imagens: Laura Murta/ Thiago Corbelino
O arcebispo de Arquidiocese de Montes Claros, dom João Justino, esteve, no último sábado (7), com as comunidades atingidas pelo projeto Bloco 8 da SAM, mineradora chinesa que pretende explorar minério de ferro no norte de Minas Gerais. A reunião aconteceu na comunidade de Lamarão, município de Grão Mogol, local que apresenta uma histórica resistência contra o projeto da mineradora.
Estavam presentes moradores de várias comunidades tradicionais geraizeiras, famílias que vivem há muitas gerações na região dos Gerais (Cerrado). Eles falaram ao arcebispo sobre o sofrimento de verem seus territórios ameaçados.
Dom João Justino ouviu atento os números assustadores do plano da SAM: um projeto que prevê a segunda maior barragem de rejeitos da mineração do mundo; um mineroduto para levar o minério até o mar para exportação; o uso de 54 milhões de metros cúbicos de água em uma região marcada pela escassez hídrica e muitas outras formas de destruição, que chegarão junto com o projeto da mineradora.
Ainda estavam presentes na reunião outros religiosos da região, a deputada estadual Leninha Alves (PT-MG), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas, representantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) e das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Montes Claros.
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Durante o encontro, o arcebispo acolheu o lamento das comunidades, ao afirmarem que, caso o projeto seja licenciado, irão sofrer a remoção forçada. Dom João ouviu o lamento sobre as ameaças de destruição do território dos povos do Vale das Cancelas, sua cultura e história, suas nascentes, casas, quintais e roças.
O arcebispo esteve na comunidade de Lamarão, no município de Grão Mogol (MG), local que apresenta uma histórica resistência contra o projeto da mineradora.
Na reunião, as comunidades ofertaram o resultado do trabalho no campo e a gratuidade dos Gerais: pequi, mandioca, feijão andu, hortaliças e panã. A leitura da Laudato Si trouxe a reflexão da Ecologia Integral e a urgente necessidade de lutar pela defesa da Casa Comum.
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Dom João mostrou-se comprometido com a luta das famílias e refletiu sobre o acolhimento do grito dos povos e da natureza. Ele se comprometeu em continuar com o acompanhamento das famílias através das Pastorais Sociais. Trouxe o lema da Campanha da Fraternidade 2020, “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele!”, refletindo sobre o significado da comunidade e da ecologia, como dimensões da vida e sua interligação na Casa Comum. Após definirem os encaminhamentos para a continuidade da luta, o bispo abençoou os presentes.