A delegação formada por indígenas e missionários do Cimi debate, de 16 a 20 de setembro, as violações ocorrentes nas fronteiras onde estão presentes os povos Guarani.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Cimi
Imagem: Ruy Sposati / Cimi
Durante a 42ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que acontece em Genebra, na Suíça, lideranças indígenas da América do Sul denunciam às esferas internacionais violações de direitos humanos enfrentadas pelas populações tradicionais em seus territórios. A delegação formada por indígenas do Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia e membros do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) debate, de 16 a 20 de setembro, as violações ocorrentes nas fronteiras onde estão presentes os povos Guarani.
Na agenda, além da previsão de falas dos indígenas em espaços oficiais do Conselho, dois eventos paralelos (17/09 e 19/09) refletirão as políticas transfronteiriças que ignoram por completo os direitos dos povos Guarani, suas garantias legais nacionais e internacionais e as formas de organização social. Hoje, submetidos a um confinamento forçado, os povos Guarani são violentados por divisões arbitrárias em fronteiras nacionais que geram violência ao ignorar por completo os interesses dos povos, suas garantias legais e suas formas de organização.
O cenário se agrava por um contexto que banaliza o discurso de ódio em práticas institucionais de racismo. Em 2017, o Cimi registrou 96 casos de invasão, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos às terras indígenas no Brasil. Só no mês de janeiro deste ano, conforme apuração da Repórter Brasil, pelos menos 14 terras indígenas demarcadas registraram roubo de madeira, derrubada de floresta para pastagens e, ainda mais grave, a abertura de picadas e estabelecimento de lotes para ocupação ilegal dos territórios tradicionais. Outras violências rondam o histórico avanço do agronegócio sobre terras indígenas: desmatamento por madeireiros, produtores de soja e pecuária; e contaminação de rios e nascentes ou por nuvens de pó de calcário e agrotóxico.
A população Guarani abrange atualmente parte dos países da Argentina, da Bolívia, do Brasil e do Paraguai e reúne 280.000 pessoas, distribuídas em 1.416 comunidades, aldeias, bairros urbanos ou núcleos familiares, desde o litoral do Atlântico até a região pré-andina.
Dia 17/09: Violações de Direitos Humanos dos Povos Guarani na América do Sul
Às 15:00 de Genebra (10h00 em Brasília), organizado pelo Conselho Continental da Nação Guarani (CCNAGUA), evento paralelo dialoga sobre as omissões dos Estados Nacionais e o não cumprimento das garantias constitucionais frente aos Guarani. A situação de vulnerabilidade em que os Guarani se encontram, a negação a seus direitos territoriais e o cenário de violência generalizada submetem os indígenas a uma crise humanitária de deslocamento forçado e colocam em risco a existência do povo.
Dia 19/09: povos indígenas e as fronteiras internacionais
Às 11h em Genebra, (6h00 em Brasília), no Palácio das Nações, Sala XV, evento paralelo debaterá situações de violações de direitos humanos nas fronteiras do Brasil. A iniciativa é organizada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e pela Rede Eclesial PanAmazônica (Repam).
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O quê: Indígenas e Missionários do Cimi denunciam violações na
42ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas
Quando: 16 a 20 de setembro 2019
Local: Sede da ONU em Genebra, Suíça
Mais informações:
Adi Spezia: 61 99641-6256
Guilherme Cavalli: +353 83 175-8385