CPT Amapá divulga Nota Pública em solidariedade ao povo Wajãpi e cobra das autoridades competentes "uma incisiva e imediata ação do poder público, visando a prisão dos invasores e a proteção do povo Wajãpi". Confira o documento:
(foto: Rede de Cooperação Amazônica - RCA)
Foi com grande preocupação que recebemos, no último sábado, 27 de julho de 2019, a notícia de que um grupo de cinquenta garimpeiros invadiu a Terra Indígena Wajãpi, localizada no estado do Amapá. Dessa invasão, da qual já resultou o assassinato da liderança Emyra Wajãpi, outras violências e violações aos direitos do povo Wajãpi por seu território têm sido cometidas, incluindo a tentativa de intimidação, por parte dos invasores, que dispararam com armas de fogo no meio da floresta, ameaçando também a vida de mulheres e crianças.
É muito preocupante também a forma como as autoridades têm lidado com este gravíssimo atentado contra o povo Wajãpi. A Funai, mesmo diante do grito por socorro vindo da floresta e das várias evidências que corroboram para a veracidade dos fatos, classificou a situação, em nota, como “suposta invasão”.
Entendemos que a cobiça pelas riquezas da Amazônia tem sido inflada por discursos e promessas de liberação da exploração de atividades, como as de garimpo, em terras indígenas. Vindas do próprio presidente da República e de seus pares, tais afirmações devem ser vistas como claras ameaças à vida dos diversos povos indígenas que vivem nesses territórios. A CPT Amapá repudia toda e qualquer política, legislação e ação governamental que coloque a vida das populações indígenas e seus territórios em perigo.
Por tudo isso, nos juntamos aos vários movimentos que cobram uma incisiva e imediata ação do poder público, visando a prisão dos invasores e a proteção do povo Wajãpi. Manifestamos nossa solidariedade aos familiares da liderança assassinada e a todo o povo Wajãpi nesse momento de dificuldade.
Macapá, 28 de julho de 2019.
Equipe da CPT Amapá