COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Após ter feito parte das manifestações da Greve contra os cortes na Educação, que reuniu, segundo os organizadores, em torno a 25.000 pessoas, um grupo de mais de 60 pessoas ainda teve fôlego para participar do lançamento do Conflitos no Campo 2018, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia (GO). O evento foi promovido pela CPT Goiás, em conjunto com o Observatório da Justiça Agrária, e o Curso de Mestrado em Direito Agrário da UFG.

(CPT Nacional)

O evento se desenvolveu em três momentos. No primeiro foi composta a mesa com Maria Cistina Tarrega, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito Agrário da Universidade, Ângela Ferreira, representante do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino, Gilvan Rodrigues, da Coordenação do MST em Goiás, e Wilson Rocha Assis, procurador da República. Cada um falou brevemente sobre o significado e importância daquele ato ressaltando o trabalho da CPT na produção do relatório.

Uma segunda mesa foi composta pelo coordenador Regional da CPT, Saulo Ferreira Reis e Antônio Canuto, colaborador da CPT Nacional, em que foram apresentados os dados dos conflitos.

Uma terceira mesa foi composta por dois professores da UFG, José do Carmo Siqueira e Claudio Maia, que fizeram comentários sobre os dados e sobre a importância da publicação anual da CPT. José do Carmo historiou como foi a formação deste relatório. Ele participou deste trabalho de 1988 a 1996, e contou como foi a transição dos registros manuais para um banco de dados. Destacou ainda a preocupação e a seriedade como que o trabalho de registro era encarado.

Já Claudio Maia enfatizou a importância que a publicação tem para o conhecimento da questão agrária no Brasil. “Num momento em que se quer apagar a questão agrária do horizonte e relegar ao passado a Reforma Agrária o trabalho que a CPT realiza mostra a atualidade desta questão. Com este relatório é impossível negar a existência da questão agrária”, disse. Ele ressaltou que se tenta a todo custo invisibilizar esta questão no âmbito do direito. O único curso de mestrado em Direito Agrário no Brasil é este de Goiânia, e que se mantém a 30 anos. Praticamente todos os alunos deste curso participaram do lançamento.

Maia falou, ainda, que os maiores especialistas deste tema são as pessoas que atuam no Centro de Documentação da CPT e que elaboram os dados da publicação. Ele disse que pode afirmar isto porque participou de discussões na CPT em torno aos temas da publicação e, com isso, pôde testemunhar a seriedade, a profundidade e o carinho com que este trabalho é desenvolvido.

 

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