COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Na manhã desta terça-feira (22), o MST no Rio Grande do Norte trancou as BR 406 - na altura de São Gonçalo do Amarante e no trecho que liga Ceará Mirim a Natal - e a BR 101, na altura de Muriú. Os manifestantes foram reprimidos em ação de desocupação das rodovias pela Tropa de Choque, com violência, balas de fogo e borracha, bombas de gás e uma série de agressões.

 

(Fonte/Foto: MST).

Com diversas violações legais e de direitos humanos, sem apresentação de ordem judicial, a Tropa de Choque, indiscriminadamente, atacou homens, mulheres, idosos e crianças, com várias agressões físicas, morais. Atacou também os bens das famílias (destruição dos barracos, transportes, e pertences das famílias); deixando vários agredidos, feridos e crianças perdidas.

O objetivo da ação do Movimento foi de denunciar as ações de violência e criminalização da luta no campo, através do Poder Judiciário, com ações arbitrárias e autoritárias de reintegração de posses aos acampamentos; e do próprio Estado brasileiro, que bloqueou a Reforma Agrária, negligenciando milhares de famílias acampadas no Brasil.

A desrespeito disso, tem-se à ação da Polícia Militar a mando Departamento de Estradas e Rodagem (DER) do Rio Grande do Norte, que na última quinta-feira (17), realizou uma reintegração de posse ilegal, autoritária e violenta ao Acampamento Nelson Mandela, que já tem 4 anos, localizado as margens da BR 406, em São Gonçalo do Amarante (RN), não permitindo sequer que as famílias retirem seus pertences dos barracos.

Mais duas ordens de reintegração estão previstas: uma para esta terça-feira (22), ao Acampamento Pequena Dandara; e outra para sexta (25), ao Centro Estadual de Formação e Capacitação Patativa do Assaré, ocupado e organizado pelo MST há quase 15 anos.

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Nesse sentido, a ação do Movimento denuncia essa ação articulada de reintegrações de posse, “como uma clara ofensiva à luta e resistência as famílias Sem Terra, que há anos estão às margens de rodovia, não porque é bom, mas pela necessidade concreta que o Estado brasileiro realize a tão sonhada Reforma Agrária”, destaca Vanuza Macedo. da direção do Movimento.

Segundo o Movimento, o governador do estado do Rio Grande do Norte, Robson Farias (PSD), nos reiterados processos de negociação, já havia assumido o compromisso político de, nas áreas de rodovias, não mover nenhuma ação de reintegração de posse contra os acampamentos, assegurando o direito de as famílias acampadas seguirem lutando, até que as áreas sejam vistoriadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

“Mas o que verificamos é o que o governador não tem nenhum respeito às famílias, muito menos aos compromissos firmados nos nossos processos de luta, pois segundo os membros do Departamento de Estradas (DER), não houve nenhum diálogo do governo do estado a esse respeito. A posição do MST, é que apesar da violência, seguiremos firmes na luta contra a violência no campo, a criminalização e a luta pela Reforma Agrária, organizando as famílias contra todos os retrocessos em curso”, afirma Vanuza.

As famílias seguem mobilizadas até que sejam atendidos, exigindo que o governador respeite os seus compromissos, e que o Governo Federal, através do Incra, faça as vistorias e desapropriações das áreas para reforma agrária no estado.

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