COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Bombas, tiros, ameaças de morte, queima de barracos e plantações são as ações costumeiras contra as famílias acampadas. Confira também Nota de solidariedade da turma Direito da Terra, que visitou a área.

 

(Fonte: Da Página do MST | Imagem: Reprodução)

Desde o último sábado (15), o acampamento Hugo Chávez, localizado no município de Marabá, no Pará, sofre ataques por parte de pistoleiros armados.

O primeiro ataque começou por volta das 23 horas da noite de sábado. Uma caminhonete com homens armados passou em frente e disparou vários tiros em direção na entrada do acampamento. No domingo (16), o tiroteio recomeçou às 13 hs e os pistoleiros atearam fogo ao redor do acampamento e nas roças de feijão e mandioca plantadas pelas famílias.

Muitas mulheres, idosos e crianças entraram em desespero na hora do ataque e passaram mal com a fumaça.

O clima continua tenso na região

A fazenda Santa Tereza, hoje acampamento Hugo Chávez, abriga 300 famílias que produzem alimentos para consumo próprio e comercialização.

O local também possui uma escola organizada pelos próprios acampados e atende cerca de 180 educandos, entre crianças, jovens e adultos. As famílias - que ocupam a área desde 8 de junho de 2014 -, sempre sofreram com a ação violenta dos pistoleiros da região. Bombas, tiros, ameaças de morte, queima de barracos e plantações são as ações costumeiras contra as famílias acampadas no Hugo Chávez.

A fazenda Santa Tereza é área da família Saldanha

Osvaldo Saldanha e Rafael Saldanha são latifundiários na região e tem um imenso histórico de violação dos direitos humanos e devastação do meio ambiente em suas fazendas, afirma Ayala Ferreira da direção estadual do MST.

“Alguns anos atrás, Osvaldo Saldanha teve uma fazenda no sul do Pará que foi flagrada com prática de trabalho escravo e tiveram que pagar multa.

Suas áreas são totalmente degradadas e cumprem apenas a função da produção de pasto para criação bovina aqui na região”, afirma.

Hoje (17), cerca de 200 pessoas se deslocaram para o acampamento a fim de prestar solidariedade às famílias o MST. Fazem parte da delegação professores e alunos da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e vários sindicatos de trabalhadores. Pela manhã fizeram uma visita nas áreas de roça onde os pistoleiros atearam fogo e conversaram com as famílias.

Agora à tarde farão uma grande aula pública no centro do acampamento onde discutirão a situação. Mesmo com a chegada da delegação os pistoleiros ainda transitam na estrada a fim de intimidar qualquer ação de ajuda às famílias.

Para resolver esse impasse o Estado precisa agir assentando as famílias, criando condições para reprodução da sua existência. As famílias resistirão à todo custo até conseguirem seu sonho de ter direito à terra e produzir alimentos para o povo, sentencia Ayala.

Nota Direito da Terra Sobre Atentado ocorrido nos dias 15 e 16/07 no acampamento Hugo Chávez

Frente ao triste e lamentável ocorrido no último dia 15 e 16/07 no acampamento Hugo Chávez, um episódio frequente em nossa região que vem fazendo vítimas todos os dias no campo. Viemos por meio deste, denunciar e repudiar o violento crime ocorrido nos dias 15 e 16/07 que começou às 23:00hs, quando uma caminhonete passou em frente ao acampamento e disparou vários tiros em direção ao local de entrada do mesmo. O tiroteio se intensificou no dia seguinte por volta das 13hs, momento agonizante em que os pistoleiros atearam fogo em casas de famílias trabalhadoras. Violando vários direitos e não se importando inclusive com as crianças que estavam presentes no local. Essa atitude revela a complacência do Estado em favor dos pistoleiros e fazendeiros, não podemos aceitar tamanha barbaridade, crimes contra trabalhadores ferindo a Constituição e não se preocupando inclusive com a reação do Estado. Nós, da turma Direito da Terra, entendemos que a existência do nosso curso se deve ao processo de luta dos movimentos sociais, nesse sentido defender os trabalhadores e trabalhadoras é tarefa comum para nós. Não vamos desistir da luta, prestamos solidariedade aos companheiros do Hugo Chávez e repudiamos mais essa violência no campo, marcada por disputas entre fazendeiros/pistoleiros e os trabalhadores Rurais. (Foto acima: estudantes vistam a área em conflito)

Turma Direito da Terra-Pará

 

*Editado por Maura Silva 

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