COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

O clima na região do Acampamento Olga Benário em Tocantins está muito tenso e o MST continua lutando e exigindo que esta área seja destinada para as famílias Sem Terra. O movimento teme novos ataques contra trabalhadores do campo.

 

(Fonte: MST / Imagem: Agência Brasil).

O MST no estado do Tocantins emitiu na tarde desta quinta-feira (01) uma nota denunciando a ação de despejo a ser executada "a qualquer momento" pelo 7º Batalhão de Polícia Militar de Guaraí. Segundo o Movimento, a ação é injusta, pois ignora o histórico de grilagem e de conflitos por terra que embarcou a região após a destinação da fazenda para fins de Reforma Agrária.

O MST afirma que as mais de 500 famílias do Acampamento Olga Benário não têm para onde ir e que estão prontas para resistir até as últimas consequências. Em alusão à crescente escalada da violência no campo, com casos em MT, MG, MA e PA, as lideranças "temem por uma nova chacina contra trabalhadores/as rurais".

LEIA MAIS: ONU e CIDH condenam chacina em Pau D'Arco

MP denuncia 5 acusados de participar da chacina de 9 pessoas em Colniza

Confira o comunicado:

MST REPUDIA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE NA FAZENDA SANTA BARBARA EM FORTALEZA DO TABOCÃO/TO

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST/TO – vem a público repudiar e informar à sociedade e às autoridades em geral que o 7° Batalhão da Policia Militar de Guaraí/TO, está se preparando para, a qualquer momento, realizar o DESPEJO das famílias acampadas na Fazenda Santa Barbara, localizada às margens da Rodovia BR-235, município de Fortaleza do Tabocão-TO. A área foi ocupada pelas famílias do Acampamento Olga Benário que se encontravam acampadas às margens da BR 153 desde 2013 e que, devido a morosidade, descaso do INCRA e tendo conhecimento de que esta área trata-se de terra publica da União, as famílias a ocuparam e exigem do INCRA  a criação de assentamento de Reforma Agrária.

O MST afirma que as mais de 500 famílias do Acampamento Olga Benário não têm para onde ir e o INCRA que é o órgão federal responsável pela Reforma Agrária está em silencio e não consegue dar uma resposta concreta e solução para o conflito. O Movimento afirma que as famílias irão resistir até as ultimas consequências e teme por uma nova chacina contra trabalhadores/as rurais, a exemplo do ocorrido em Eldorado dos Carajás (1996) e Pau D’arco (maio de 2017) no estado do Pará. Já comunicamos a todos os órgãos públicos, entidades sociais e autoridades políticas em nível estadual e nacional sobre este conflito agrário na região.

A área em questão foi ocupada em abril de 2017 por ser terra pública da União e que foi apropriada irregularmente por fazendeiros, grileiros e jagunços, representados pelo agente aposentado da Policia Rodoviária Federal (PRF), Chico Correia, juntamente com seu filho – que trabalha como Oficial de Justiça na jurisdição da Comarca de Guaraí-TO. Os mesmos estão aterrorizando e ameaçando os/as trabalhadores/as rurais Sem Terra que se encontram acampados na Fazenda Santa Barbara – conhecida na região como Fazenda da Maconha, localizada às margens da rodovia BR-235, município de Fortaleza do Tabocão-TO.

O Núcleo da Defensoria Pública Estadual Agrária - DPAGRA, o Ministério Publico Federal – MPF, a Advocacia Geral da União – AGU e o Ministério Público Estadual - MPE estão atuando juridicamente para que essa irregularidade e injustiça  não se concretize e consiga evitar que esta terra pública da União não seja regularizada para grileiros e latifundiários, garantindo assim uma destinação justa.

Histórico da Área

Em 2006 esta área foi flagrada cultivando plantas psicotrópicas (maconha) e por isso foi expropriada e destinada para o INCRA.

No decorrer desse processo, o Sr. Chico Correia apropriou-se desta área e se auto titulou como dono e, posteriormente, negociou a área para outras pessoas que hoje afirmam serem donos desta terra.

Os “ditos” proprietários da Fazenda Santa Barbara, Grande Plantadora de Soja, alegam serem posseiros e estão agindo de forma imoral, ilegal e mentirosa quanto ao pedido de regularização fundiária da terra através do Programa Terra Legal.

Como se não bastasse, em 2016, o INCRA realizou uma vistoria na área e confeccionou um Laudo de Viabilidade Técnica, onde inviabilizou a área para criação de assentamento de Reforma Agrária, abrindo assim, tendencioso parâmetro legal para o Programa Terra Legal regularizar a terra em nome dos grileiros da Fazenda Santa Barbara.

Por fim, informamos que o clima na região está muito tenso e continuaremos lutando e exigindo que esta área deva ser destinada para as famílias Sem Terra e não para grileiros e latifundiários da região.

 

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline