Na manhã desta quarta-feira (18), um grupo de 500 policiais militares iniciou despejo forçado de área ocupada em Santa Terezinha de Itaipu, região oeste do Paraná, próxima a Foz do Iguaçu. Apesar da tentativa de negociação por parte de parlamentares, no plano nacional e estadual, na noite de ontem, o governo Beto Richa (PSDB) cumpre a ação na Fazenda Santa Maria, ocupada por cerca de 4500 famílias.
(Por Pedro Carrano, Brasil de Fato/Imagem: MST)
As famílias resistem e bloqueiam a BR-277 com a queima de pneus de caminhões, como forma de protesto. De acordo com informações do local, o governo deslocou o contingente de mil policiais ao todo, 500 deles na ação de despejo na parte da manhã e outros 500 ficaram em cidade próxima.
Reunião não apresentou encaminhamentos
A fazenda, ocupada em março de 2016, pertence aos irmãos Licínio de Oliveira Machado Filho, presidente da Etesco, e a Sérgio Luiz Cabral de Oliveira Machado, ex-presidente da Transpetro, ambos envolvidos no desvio de dinheiro público na Petrobrás, citados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do lobista Fernando Moura, durante as investigações da Operação Lava Jato, da Policia Federal.
Em abril, foi coordenada pelo Ministério Publico uma reunião com a presença de representantes do governo do estado, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), proprietários da fazenda e com MST.
O resultado da reunião foi que o governo do estado, junto com o Incra, iria fazer uma avaliação na Fazenda Santa Maria, principalmente sobre o corredor da biodiversidade, e analisar outras áreas na região que poderiam ser destinadas à Reforma Agrária. De acordo com Claudio Oliveira, advogado do MST, antes da ação de despejo, “não houve encaminhamento concreto após a reunião e nem retorno sobre esses compromissos”, afirma.