Na manhã de terça-feira (19), a Aldeia Kaí, localizada no Território Pataxó Kaí-Pequi, em Prado, na Bahia, foi invadida por mais de 100 policiais federais numa operação de reintegração de posse impetrada por fazendeiros e pousadeiros.
(Oximity – notícia replicada da Página Pataxó)
Segundo informações do local, a operação também está ocorrendo na Aldeia Pequi. Segundo a professora Maria Geovanda Batista, coordenadora da Licenciatura Intercultural Indígena - LICEEI - UNEB, a estrada está fechada e ninguém pode passar e ter acesso ao que está acontecendo. Vale lembrar que estamos em plena fase de identificação, delimitação e demarcação do Território Comexatibá, tratando-se essa operação de um descumprimento dos trâmites em âmbito jurídico e um grave atentado aos direitos humanos dos povos indígenas. Segue o relato publicado pela Pataxó Eriadxurick Braz:
“Venho comunica-los amigos parentes a barbaridade que estão fazendo com a gente aqui na aldeia Kaí, município de Prado . Nesta manhã de terça –feira, 11 carros de polícia chegaram na aldeia sem que ninguém esperasse, com tratores derrubando tudo, não tiveram nem a educação de pedir para o pessoal retirar seus bens. É uma barbaridade, crianças chorando vendo tudo aquilo acontecer, mães sem poder fazer nada”.
Há informações recentes de que as estradas de acesso às Aldeias foram bloqueadas, as pessoas se encontram isoladas, e suas casas estão sendo destruídas sem nem ao menos terem tempo de retirar sua mobília. Também foi informado que o cumprimento do mandado de reintegração de posse é para todas as aldeias, ou seja, as cinco aldeias do referido Território serão destruídas. Cabe ressaltar que o Ministério Público já se posicionou contra esta reintegração de posse, uma vez que é arbitrária e desconsidera o recente reconhecimento da região como território indígena mediante laudo antropológico da Funai.