COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Com medo de serem alagados com o enchimento do lago de Belo Monte, centenas de atingidos protestaram em frente à sede da Norte Energia em Altamira, no Pará, nesta terça-feira (13). São moradores do bairro Independente II e São Domingos organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

 

(Fonte: MAB)

Os moradores do bairro São Domingos foram cadastrados pela Norte Energia, ou seja, reconhecidos como atingidos e há quatro anos aguardavam serem removidos. Recentemente, souberam que não vão mais sair, pois a empresa não está removendo todas as famílias da cota 100.

“Só que depois de 4 anos as casas não foram reformadas, as famílias estão ficando isoladas, o serviço de saneamento (obrigação da Norte Energia) não foi construído e há uma preocupação das famílias quanto até que ponto a Norte Energia sabe realmente se a área da cota 100m será alagada ou não!”, questiona Jackson Dias, militante do MAB. “Portanto, as famílias exigem reassentamento.”

Já os moradores do bairro Independente II, embora vivam em área de lagoa, nunca foram reconhecidos como atingidos pela Norte Energia, que se propõe apenas a fazer um vergonhoso projeto de bombeamento para remover a água. “As famílias correm risco de ficarem em área alagada e sem saneamento, pois o projeto de saneamento – que a Norte Energia diz pretensamente que abrangerá toda a cidade de Altamira – não está previsto para ser implantado no local”, afirma Elaine, moradora do bairro. Os moradores exigem solução definitiva.

A Norte Energia afirmou que vai apresentar proposta para os moradores da cota 100 em reunião no dia 23 de outubro, porém para os moradores do Independente II não ofereceu proposta mais satisfatória que a do projeto de drenagem. Os moradores vão continuar mobilizados para impedir que a licença de operação de Belo Monte seja concedida sem que esses problemas sejam resolvidos.

Trabalhadores

A mobilização recebeu reforços inesperados com a chegada de trabalhadores de uma terceirizada que presta serviço para a Norte Energia na construção das casas dos reassentamentos. Sem receber desde o início do mês, os trabalhadores foram à sede da concessionária exigir seus direitos. Eles ameaçaram queimar pneus em frente à sede, mas a política militar impediu a ação.

Pescadores

Também estão em protesto os pescadores, ribeirinhos e agricultores de Vitória do Xingu e Belo Monte do Pontal, desde a manhã de ontem. Eles bloqueiam o canal de acesso à barragem e pretendem impedir a chegada dos equipamentos da hidrelétrica. Além disso, bloquearam a Transaamazônica (Br 230) próximo ao porto da balsa, que teve suas atividades paralisadas. Os pescadores exigem indenização pelas perdas na atividade pesqueira e verba de manutenção para sobreviver.

Além disso, há outro ponto da Transamazônica bloqueado por um protesto, no município de Pacajá. Moradores da localidade exigem a continuidade do asfaltamento da rodovia, que está paralisado, além do asfaltamento da estrada que liga Novo Repartimento a Tucuruí. Não há previsão para suspender o bloqueio.

 

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