Dois jovens do acampamento Quintino Lira, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no Pará (MST/PA), foram vítimas de uma emboscada por parte de pistoleiros da Fazenda Cambará, do Deputado Federal Josué Bengtson.
(Fonte: Jornal Resistência)
Segundo informações repassadas pelo movimento, um jovem levou um tiro de raspão e o outro ficou muito machucado com marcas de coronhada no rosto. A informação foi divulgada pelo Jornal Resistência, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humano (SDDH), nesta última sexta-feira (2).
A fazenda Cambará se localiza no município de Santa Luzia do Pará, e é gerenciada por Marcos Bengtson, filho do deputado e réu no processo que apura a morte do trabalhador rural José Valmeristo (o Caribé) ocorrido em 2010. Para o MST, Marcos é o principal suspeito de comandar as tentativas de assassinato contra seus militantes.
A situação de conflito na área tem aumentado desde que a ação de reintegração de posse foi julgada ano passado e não obteve êxito. Desde então, a truculência por parte dos pistoleiros da fazenda tem aumentado contra os acampados.
Ficou comprovado nos autos do processo de reintegração de posse que a área ocupada pelas famílias sem terra é uma área pública, pertencente à união, antiga Gleba Pau de Remo, que o fazendeiro se apropriou de forma indevida. Recentemente o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) realizou vistoria na área para determinar o que é de propriedade do fazendeiro e o que pertence à União. Porém, a demarcação feita pelo órgão foi destruída a mando de Marcos Bengtson, segundo informações dos acampados.
"O impasse sobre a área, gerado pela letargia do INCRA em criar o projeto de assentamento, dá margem para o crescente aumento do conflito na área, onde os acampados vivem em constante situação de medo, pois as ameaças são constantes. O Estado sabe da tensão na qual estamos passando, mas é omisso", desabafa uma das lideranças do MST. Os advogados da SDDH já estão acompanhando o caso.