A companheira do indígena também foi baleada. Polícia do estado acredita que o crime foi motivado por disputa de terras. No momento da emboscada, o casal estava acompanhado de três filhos, que não se feriram.
(Com informações do G1 Bahia e Rádio Yandê)
Um índio foi morto a tiros na cidade de Ilhéus, sul da Bahia, após ser emboscado enquanto caminhava com a esposa e mais três filhos. O crime ocorreu na noite da última sexta-feira (1º), mas como o local é de difícil acesso, a Polícia Civil só conseguiu realizar a diligência neste sábado (2).
Segundo informações da rádio indígena Yandê, o índio assassinado se chama Adenilson da Silva Nascimento, e era conhecido como Pinduca. A vítima atuava na região como agente de saúde indígena. “Seu Pinduca trabalhava há 15 anos na Secretária Especial de Saúde Indígena da Serra das Trempes, entre as cidades de Una e Ilhéus, sul da Bahia. Ele deixou 12 filhos. A Comunidade Tupinambá está de luto pelo crime brutal envolvendo uma liderança”, destacou a rádio.
De acordo com a delegada Marília Rocha, que investiga o crime, a esposa do índio também foi atingida pelas balas, e foi encaminhada para o Hospital Regional de Ilhéus, mas não corre risco de morte.
(Imagem ao lado é parte de um depoimento de Seu Pinduca, publicado em livro. Crédito: Facebook da Creche Oka Katuana)
Marília contou ao G1 que a família caminhava por uma localidade limítrofe com Guararema, região de conflito entre índios e fazendeiros, que disputam terras no local, quando dois homens saíram de um matagal e dispararam diversos tiros.
"A quantidade de tiros foi tanta, que a equipe do Departamento de Polícia Técnica (DPT) não teve condição de levantar, no local, o número de tiros que o índio levou", disse a delegada, que destaca que o motivo do crime pode ter sido disputa por terras.
A policial acrescenta que, após os tiros, duas filhas do índio, de cerca de 10 e 11 anos, correram pelo mato até chegar na casa de um tio. O outro filho, um bebê de um ano e 11 meses, que estava no colo da mãe, caiu no chão com ela. Nenhuma das crianças ficou ferida.
Após ser velado na Aldeia Itapoã, em Olivença (BA), o indígena foi sepultado, nesse domingo, no Cemitério Nossa Senhora da Escada.