Ex-policial civil Calixto Luedy estava foragido da Justiça desde 2004. Ele é acusado de participação na morte de cinco trabalhadores sem-terra, que ocupavam uma fazenda no município de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
(Fonte: O Estado de S.Paulo)
Uma fiscalização de rotina da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-235, em Aracaju, culminou com a prisão do ex-policial civil Calixto Luedy, acusado de participação na morte de cinco trabalhadores sem-terra, num massacre ocorrido em uma fazenda que estava ocupada pelo Movimento Sem Terra (MST), no município de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Calixto estava foragido desde novembro de 2004, quando ocorreu a chacina que teve repercussão internacional. O primo de Calixto, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, é o proprietário da Fazenda Nova Alegria e foi apontado como mandante do crime. Ele foi condenado a 115 anos de prisão.
Os patrulheiros pararam Calixto quando ele dirigia um Chevrolet Montana, com placas da Bahia, para uma averiguação. Quando fizeram uma consulta do nome do motorista, descobriram que o ex-policial era foragido da Justiça mineira. Ele estava morando em Aracaju, em um condomínio de classe média alta, e agora aguarda preso para ser encaminhado para Minas.
Calixto e Adriano organizaram outros 15 pistoleiros e atacaram o acampamento "Terra Prometida", dentro da fazenda, e chegaram atirando em direção das pessoas. Foram mortos Iraguiar Ferreira da Silva, 23, Miguel Jorge dos Santos, 56, Francisco Nascimento Rocha, 72, Juvenal Jorge da Silva, 65, e Joaquim dos Santos, 48, além de ter ferido a bala 12 pessoas - entre elas um garoto de 12 anos que levou tiros nos olhos. O grupo ainda incendiou as 27 casas e a escola dos filhos dos assentados.
Em outubro de 2013, Adriano e outro acusado do crime, Washington Agostinho da Silva, foram condenados, respectivamente, a 115 anos de prisão e 97 anos e seis meses de prisão. Eles foram beneficiados por liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e deixaram o Fórum em liberdade.
Em janeiro do ano passado, os réus Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira, de 47 anos, e Milton Francisco de Souza, de 61, foram condenados a 102 anos e seis meses de prisão cada um, também por participação na chacina.