COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Registros de conflitos acontecem em regiões do Cerrado amapaense. Caso é acompanhado pela Comissão Pastoral da Terra e Polícia Civil. Confira a reportagem na íntegra: 

 

(Fonte: G1 Amapá)

Famílias que vivem em regiões rurais de Itaubal, a 246 quilômetros de Macapá, relatam momentos de "medo" por causa da invasão das propriedades onde vivem. A prática realizada por grandes empresários, segundo a Comissão da Pastoral da Terra (CPT), é conhecida por grilagem, medida que consiste em falsificar documentos para tentar comprovar áreas. Até ameaças de morte são realizadas pelos supostos grileiros, segundo os proprietários de terras.

"Ele [grileiro] jogou o carro para cima de mim. Eu fugi até a saída do município, mas fui seguido. Quase que me atinge. Vieram para tentar me matar", conta Hildebrando Gurgel, produtor rural em Itaubal, um dos três municípios onde se concentra parte do Cerrado amapaense, tipo de área mais invadida por grileiros devido a oportunidade do agronegócio.

"As invasões acontecem de forma agressiva. O agronegócio , como a palavra mesmo diz, é o uso da terra para obter um lucro. Ou seja, quanto mais áreas, maior o rendimento", comentou o membro da CPT, padre Sisto Magro.

O último levantamento sobre invasões ilegais de terras no Amapá foi realizado em 2013 pela Comissão Pastoral da Terra. O estudo apontou 380 mil hectares com indícios de grilagem no estado, o que resultou em 84 conflitos por posse de propriedades rurais. Apenas em Itaubal cinco comunidades tem registros.

A prática no Amapá é comum acontecer com títulos fraudados, também conhecida por 'grilagem cartorial', medida que consiste em aumentar nos cartórios o tamanho original da terra adquirida, invadindo propriedades rurais de comunidades do Cerrado amapaense. Somente em 2013 foram expulsas 118 famílias vítimas da grilagem no estado. 

A falta de conhecimento dos verdadeiros donos é um dos motivos para que as famílias deixem o lugar onde viveram por anos, de acordo com a CPT.

"Eu não sei se tem um documento que legaliza ele [grileiro] a fazer isso. Mas mesmo que tenha, o correto é a educação porque existem crianças na comunidade. Aí sempre nos perguntamos: será que não vai acontecer o pior?",  questionou Antônio Silva, presidente da Associação de Moradores de São Miguel, em Itaubal.

O caso chamou a atenção da polícia. A Delegacia de Meio Ambiente (Dema) passou a acompanhar as suspeitas de grilagem depois das primeiras denúncias dos agricultores de Itaubal.

"Levantaremos os nomes e as principais testemunhas. Essas pessoas serão levadas a delegacia e ouvidas. Mas somente após a conclusão do laudo, poderemos indiciar os responsáveis", afirmou o delegado Sávio Pinto.

 

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline