A denúncia é da Hutukara Associação Yanomami (HAY), que está vivendo momentos de insegurança. Sua sede em Boa Vista (RR) vem sendo vigiada por motoqueiros que passam e perguntam pelo líder indígena. A HAY exige que o Estado brasileiro proteja Davi Kopenawa e reforce a vigilância ao território Yanomami. Leia o documento divulgado pela HAY, na íntegra, em anexo.
(ISA)
De acordo com a carta aberta divulgada hoje (28/7) pela HAY, a intimidação começou em maio último quando um de seus diretores, Armindo Góes, foi abordado na rua, em São Gabriel da Cachoeira (AM) por garimpeiros que mandaram um recado: Davi estava sendo procurado e não chegaria vivo ao final do ano. Daí em diante, o clima de insegurança tomou conta da sede da HAY.
As prováveis razões para as ameaças podem estar na atuação que a Hutukara vem desenvolvendo nos últimos anos, colaborando com a Funai e a Polícia Federal nas investigações de combate ao garimpo ilegal, fornecendo mapas dos locais, pontos geográficos de localização, prefixos de aeronaves, apelidos de pilotos e nomes de pessoas que financiam a atividade. Esta ação sistemática resultou na operação Xawara, desencadeada em julho de 2012, na qual pilotos, donos de balsas e de joalherias foram presos pela primeira vez.
Seja como for, a HAY pede na carta aberta que o Estado brasileiro tome as providências necessárias para proteger a integridade física de seu presidente Davi Kopenawa e intensifique ações de vigilância e proteção do território Yanomami.