Quase 30 anos depois, o fazendeiro Marlon Lopes Pide e seu capataz Lourival Santos da Rocha foram condenados a 130 anos de prisão pelo assassinato de 5 trabalhadores rurais, crime ocorrido em setembro de 1985, na fazenda Princesa, no município de Marabá, no Pará. Confira:
O fazendeiro Marlon Lopes Pide e seu capataz Lourival Santos da Rocha foram condenados a 130 anos de prisão por decisão do tribunal do Júri da capital, em julgamento realizado no dia de ontem em Belém do Pará. Os jurados acataram a tese da acusação e consideraram que Marlon foi o mandante do assassinato de 5 trabalhadores rurais, crime ocorrido em setembro de 1985, no interior da Fazenda Princesa, no Município de Marabá.
Lourival também teve participação nos crimes, por obedecer as ordens de Marlon e levar os pistoleiros até as casas dos posseiros, obrigando-os a se dirigirem à sede da fazenda, onde foram torturados e assassinados sob o comando de Marlon.
O fazendeiro Marlon continuará em liberdade até que sejam julgados os recursos de sua defesa. Lourival encontra-se foragido e teve sua prisão preventiva revigorada.
A acusação foi feita pelo promotor Rui Barbosa, tendo como assistentes de acusação os advogados Marco Apolo Santana da SDDH e José Batista Afonso da CPT de Marabá. Uma caravana de familiares e trabalhadores rurais de Marabá acompanhou todo o julgamento que terminou às 02:30hs da manhã de hoje.
Para os familiares e representantes das entidades sindicais e de direitos humanos que acompanharam o julgamento, a condenação dos dois acusados foi uma vitória contra a impunidade. Após 29 anos de luta, prevaleceu a justiça apesar da lentidão inexplicável do poder judiciário.
Belém/Marabá, 09 de maio de 2014.
Comissão Pastoral da Terra - CPT da diocese de Marabá
Sociedade Paraense de Direitos Humanos - SDDH
Federação dos Trabalhadores na Agricultura - FETAGRI
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá
Familiares das vítimas