Está no ar o curta "INB: a vida no entorno da mina de urânio" (com legendas em alemão). O documentário, produzido pela CPT Bahia, mostra um pouco da tragédia humana no sertão baiano onde os moradores temem pelo seu futuro. Para assistir, clique aqui.
A única mina de urânio da América Latina encontra-se no Nordeste brasileiro, no estado da Bahia. Em Caetité são retirados anualmente 400 toneladas de concentrado de urânio pelo INB (Indústrias Nucleares do Brasil) e transformado em “yellow cake”. Em seguida a produção segue para o Canadá e Europa onde o material é enriquecido e volta para ser utilizado nas usinas em Angra – Rio de Janeiro. Os moradores do entorno da mina de urânio nunca foram consultados ou informados pelos órgãos responsáveis. Recebem constantemente a poeira tóxica das implosões para a obtenção do urânio, além de terem suas casas rachadas pelo impacto dessas explosões.
O programa nuclear brasileiro tem sua origem nos anos 60. O primeiro acordo de cooperação entre Alemanha e Brasil foi firmado no ano 1976 durante o governo Geisel. Este contrato de cooperação encerra-se em novembro deste ano. Existe atualmente uma Articulação entre as entidades da sociedade civil na Alemanha e no Brasil que estão engajados na Campanha Anti-Nuclear para que este contrato não seja renovado.
Neste sentido o vídeo será apresentado semana que vem durante dois eventos na Alemanha promovidos pela Fundação Heinrich Böll e Médicos International dentro da programação "Nunca Mais" - Brasilien Tage.
O primeiro será o evento “Transações radiantes: A aventura nuclear entre Brasil e Alemanha”, no dia 8 de abril próximo, em Berlin, a partir das 19h30. Haverá uma mesa redonda com a participação do Chico Whitaker, Marjane Lisboa, Jürgen Trittin (ex-ministro do meio ambiente da Alemanha) e David Bartelt (Fundação Heinrich Böll, escritório do Rio de Janeiro). Os impactados de Caetité também participarão do debate virtualmente.
O outro evento será no dia 9 de abril, em Frankfurt e contará, também, com a presença de Chico Whitaker.