COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Cerca de 15 pistoleiros encapuzados e fortemente armados invadiram a Fazenda Morro Preto, em Verdelândia (MG), agrediram os quilombolas. 11 pessoas ficaram feridas pelos jagunços.

 

(Fonte: Combate Racismo Ambiental/Imagem: G1)

No último dia 18, por volta das 14 horas, entre 12 e 15 pistoleiros encapuzados armados  e a mando do fazendeiro João Dias Junior, vulgo Joãozinho Dias, invadiram a Fazenda Morro Preto em Verdelândia, no Norte de Minas Gerais, onde chegaram em camionetes e estavam  fortemente  armados, mandando os quilombolas deitarem  no chão, atiraram sem direção, distribuindo pancadas, procurando atingir quem tivesse pela frente.

Os jagunços usavam armas de grosso calibre, com o objetivo inequívoco de matar os quilombolas, inclusive o Presidente da Associação Quilombola de Arapuim, Waldomiro, este que se encontra ameaçado de morte, cujo pedido de proteção fora encaminhado em dezembro de 2013 para ser incluído no Programa de Proteção de Defesa dos Defensores de Direitos Humanos do Governo Federal.

Segundo informações da Superintendência do INCRA, parte da fazenda onde ocorreu o atentado pertence à comunidade quilombola Brejo dos Crioulos. Assinatura de Decreto no final do ano passado pela Presidente da República reconheceu as terras, após estudo antropológico, como sendo território de remanescentes quilombolas.

Vítimas

Tais fatos deixaram feridos a balas. O vereador de Verdelândia “Zé Gato” foi atingido pelos projéteis na mão e no ombro. Ele foi submetido à cirurgia de urgência e está internado no Pronto Socorro de Montes Claros.

O quilombola de nome Gustavo tomou um tiro, cuja bala está alojada no pulmão. A vítima está internada no Hospital de Verdelândia e corre risco de morte. Já a quilombola Maria José Prado, de 62 anos, tomou tiro no queixo. Outras 11 pessoas também foram feridas e espancadas cruelmente pelos capangas e jagunços do fazendeiro João Dias Junior. Importa dizer que estes últimos, por serem quilombolas, sequer ficaram internados no Hospital de Verdelândia e foram liberados, muitos deles gritando de dor. 

No total, são aproximadamente 11 quilombolas feridos, todos integrantes da comunidade quilombola Nativa do Arapuim. Conforme relatos da Polícia Militar, todos foram agredidos pelos encapuzados.

A Comissão de Direitos Humanos da OABMG, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial de Minas Gerais – NCST, Conselho de Participação e Integração da Comunidade Negra de Minas Gerais e outras entidades como a Comissão Pastoral da Terra – CPTM/MG, Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, CAO – Conflitos Agrários do Ministério Público de Minas Gerais acompanham o caso.

Contatos:

Willian Santos - Presidente da CDH/OAB-MG (31) 9645-6133

Elcio Pacheco - Assessor da CPT (31) 9767-3596

 

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