Em coletiva de imprensa após reunião com a ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, ontem, 3 de maio, o secretário-geral Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Dom Leonardo Ulrich Steiner declarou ser de extrema importância a demarcação de terras como uma forma de garantir os direitos dos povos indígenas. “Nós sempre dialogamos e esperamos que a Funai não se esvazie”, disse.
(CIMI)
Dom Leonardo ressaltou que a CNBB sempre foi contra a suspensão das demarcações, como aconteceu nas últimas semanas no Paraná e Rio Grande do Sul, por ordem expressa da ministra Gleisi. Questionado sobre as ocupações dos indígenas em diferentes regiões do país, ele respondeu que as manifestações vêm depois de anos de espera dos povos indígenas por seus direitos e enfatizou a necessidade destes povos serem ressarcidos.
A ministra da Casa Civil, por sua vez, manteve o discurso que tem feito e destacou que as demarcações sejam feitas com os órgãos representantes do agronegócio, o Poder Judiciário, o Ministério Público Federal e os representantes dos povos indígenas. Ressaltou que o Executivo agirá conforme as decisões judiciais. Os indígenas não aceitam tal posição do Palácio do Planalto e no Sul trancaram rodovias no Rio Grande do Sul e ocuparam a sede do PT em Curitiba (PR).
O secretário-geral da CNBB, que já atuou na Prelazia de São Félix do Araguaia, Mato Grosso, pediu para a ministra que o Poder Executivo marcasse uma reunião e ouvisse os povos indígenas. Durante a coletiva, Gleisi Hoffmann afirmou que atenderá ao pedido e que as negociações sobre o processo de demarcação serão feitas até o fim do semestre.