COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

No dia 31 de janeiro, terça-feira passada, o líder quilombola maranhense José da Cruz, do Povoado Salgado, território Aldeia Velha, sofreu várias violências contra sua integridade física e mental, praticadas por agentes públicos da Polícia Militar do Maranhão. 

 

 

Desde o final do ano passado, o líder quilombola registrou várias ocorrências policiais, na delegacia da cidade de Pirapemas (MA), atestando que sua pequena roça de subsistência estava sendo invadida por animais, de propriedade do grileiro Ivanilson Pontes de Araújo. Apesar dos registros, a Polícia se esquivou de sua obrigação legal de investigar o crime de esbulho praticado pelo grileiro. Em janeiro de 2013, o líder quilombola registrou mais 2 ocorrências policiais, atestando que os animais não deixaram de destruir toda a sua roça, de milho, arroz, melancia, e outras espécies vegetais.

 

No último dia 31 de janeiro de 2013, por não mais aguentar a situação acima descrita, José da Cruz afugentou os animais, utilizando espingarda de caça, comum nas áreas interioranas do Maranhão. Em ato contínuo, registrou ocorrência policial, atestando mais uma vez que perdera sua produção agrícola.

 

Neste momento, ao mencionar que abatera um animal do Sr. Ivanilson Pontes de Araújo, dois agentes públicos da Polícia Militar do Maranhão deram voz de prisão ao quilombola e o ofenderam. Tentaram algemá-lo e lançaram o mesmo na cela da delegacia de Pirapemas. Não satisfeitos, os algozes ameaçaram de morte o quilombola, ordenaram ainda que um preso batesse no mesmo. José da Cruz viveu horas de horror! Ficou incomunicável durante horas, seus parentes desconheciam seu paradeiro, que somente foi revelado quando o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA, Rafael Silva, entrou em contato com o delegado regional de Itapecuru-Mirim, que informou que José da Cruz se encontrava naquela distrital, e que não estava mais preso.

 

Durante sua transferência para a cidade de Itapecuru-Mirim, os Policiais Militares expuseram José da Cruz como um “exemplo”, no carro da polícia militar.

 

Além do quilombola José da Cruz, outras três lideranças estão juradas de morte. A cada dia que passa, o clima de horror, violência e ilegalidade se assevera no local.

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