Na noite de terça feira, dia 15, às 19,30hs. morreu assassinado com um tiro na cabeça, na rodoviária de Seringueiras (Rondônia), o agricultor José Barbosa da Silva, conhecido como "Zé Albino". Na cidade todo o mundo acredita que ele morreu por engano. Teria sido confundido pelos asssassinos com o Paraíba, Orlando Pereira Sales, um conhecido líder do Acampamento Paulo Freire 3, que era ameaçado de morte. No dia anterior tinha registrado boletim de ocurrência e fugiu do local.
Zé Albino estava na rodoviária com a esposa para viajar para Porto Velho quando do nada apareceram dois homens em uma motocicleta e um deles desceu da moto e disparou contra Zé Albino que teve morte instantânea. No acampamento se ouviram foguetes e tiros ao ar provenientes dum grupo de pistoleiros que está tumltuando o local, correndo a voz que o Paraíba tinha sido assassinado.
O acampamento é ocupado há mais de dois anos por oitenta famílias. A área é reivindicada pelo INCRA como terra pública, e nela está a fazenda Riacho Doce. Nas últimas semanas se tornou palco da ação violenta de pistoleiros que estão expulsando famílias de suas casas, destruindo cercas e lavouras. Criaram um clima de terror, com disparos de tiros ao ar durante a noite, rondando as casas, ameaçando os moradores, sem que até quinta- feira passada a polícia local tivesse intervido, apesar das queixas dos que estavam sendo expulsos.
Enquanto o processo de retomada da propriedade pelo INCRA corre na justiça federal, uma ordem de reintegração de posse está nas mãos da polícia e pode ser cumprida a qualquer momento. Existe uma negociação com o INCRA para que seja realizada um comodato com Sebastião de Peder, titular da azenda Riacho Doce, cedendo 150 hectares para a permanência do acampamento enquanto a justiça federal não decide sobre a propriedade pública das terras.
Pelo menos nove famílias já tiveram suas casas ocupadas, lavoras e cercas destruídas. Outros têm recebido ameaças de morte.