Evento terá início no próximo sábado, em Brasília, com uma programação intensa para debater o acesso à água e denunciar violações e disputas por esse bem comum.
(Fonte: Campanha Nacional em Defesa do Cerrado)
O Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) começa neste sábado (17), em Brasília, com uma programação diversa, que contempla debates sobre a defesa pública e controle social das fontes de água, o acesso democrático à água, e a luta de povos e comunidades tradicionais contra a mercantilização da água. O Cerrado será pauta por sua importância na questão hídrica, já que abriga as principais bacias hidrográficas do país e três grandes aquíferos. Representantes do bioma estarão presentes para falar sobre seus modos de vida e suas lutas, e denunciar violações que têm sofrido.
As atividades vão até o dia 22 de março. Nos dias 17 e 18, a programação acontecerá na Universidade de Brasília e, entre os dias 19 e 22, serão realizadas atividades no Parque da Cidade.
O FAMA, realizado por diversas organizações e movimentos sociais – incluindo organizações que fazem parte da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, se contrapõe ao autodenominado “Fórum Mundial da Água”, um encontro promovido pelos grandes grupos econômicos que defendem a privatização das fontes naturais e dos serviços públicos de água.
Para abrir os debates, será realizada a Assembleia Popular das Água, dia 17, às 09 horas. Nela, diversas lideranças populares denunciarão diferentes formas de violações que as populações – principalmente do meio rural – vêm sofrendo.
A Assembleia reunirá agricultores, pescadores, quilombolas, comunidades de fundo e fecho de pasto, indígenas e uma série de outros representantes de povos e comunidades tradicionais que estão sob o impacto da mineração, do agronegócio, de grandes obras de energia e de projetos de privatização da água que atingem seus modos de vida no campo e na cidade.
Para denunciar casos semelhantes em outros países, haverá a Assembleia Internacional das Águas, realizada no dia 19, entre 09hrs e 12h. No dia 20, às 18 horas, acontecerá a Assembleia das Mulheres, que tratará de questões de gênero; e dia 21, às 9h30, será a vez da Assembleia dos Povos Originários e Tradicionais.
Alguns representantes de povos e comunidades tradicionais do Cerrado apresentarão suas experiências na conservação do bioma e da água na atividade “Cerrado e seus povos: conservando água e garantindo vida”, promovida pela Rede Cerrado, no dia 18, a partir das 14h30, no Pavilhão Anísio Teixeira, sala 02, da UnB.
Entre os participantes estão Clebson Souza, do Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV), de Turmalina (MG), que relatará quais ações foram desenvolvidas pelas comunidades após a entrada do eucalipto na região. O geraizeiro Moisés Dias Oliveira, mestre em Sustentabilidade junto aos Povos e Terras Tradicionais (MESPT/UnB), contará como as comunidades geraizeiras do norte de Minas Gerais estão afirmando sua identidade, retomando seus territórios e “plantando” água.
O Ciclo de Diálogos e Convergências entre redes “Água, bem comum” terá uma série de atividades. O ciclo 1 (dia 17 a partir das 14 horas) terá como tema “Territórios de água, território de vida: biomas, aquíferos, cidades”; O ciclo 2 (dia 18, pela manhã) será sobre “Ameaças: privatização, expropriação e contaminação das águas”; e o ciclo 3, realizado no período da tarde, será sobre “Alternativas: (r)existência dos povos e das mulheres, remunicipalização, gestão comunitária, valores e práticas contra-hegemônicas que emergem das lutas em defesa das águas”.
Saiba mais sobre o FAMA em http://fama2018.org
Saiba mais sobre a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado em semcerrado.org.br