COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Evento reúne mais de 120 lideranças de organizações do campo e da região Amazônica.

 


 

Organizado pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, o evento reúne mais de 120 lideranças de organizações do campo da região Amazônica

 

Com o objetivo de desenvolver, fortalecer e intensificar ações coletivas, assim como planejá-las para enfrentar a grilagem da terra e a destruição do meio ambiente, o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, promove entre os dias 26 e 29 de abril, o Seminário Nacional: os impactos dos grandes projetos na Amazônia e as mudanças na legislação ambiental e fundiária.

O evento, que ocorre em Belém (PA), reúne mais de 120 lideranças de aproximadamente 30 entidades, organizações e movimentos sociais do campo da região Amazônica

O Seminário Nacional foi pensado para envolver as várias organizações atuantes na região em uma ampla discussão, assim como promover o debate e a tomada de decisões coletivas que vão de encontro às mudanças na legislação ambiental e fundiária na Amazônia Legal.

De acordo com José Batista Afonso, advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Pará, a representatividade do Seminário é importante, pois proporciona uma discussão mais ampla e participativa com relação aos grandes projetos da Amazônia. “A participação das lideranças dos movimentos sociais do campo desta região em um mesmo encontro é essencial porque permite uma troca de experiências, de resistências e enfrentamentos aos grandes problemas da Amazônia”, afirmou.

Para Willian Clementino, secretário de Política Agrária da Contag, o mais importante é que as organizações estão tendo a oportunidades de pensar coletivamente sobre a realidade da região. “O evento contribui para a avaliação conjunta dos impactos e a discussão das estratégias comuns de enfrentamento às ações do capital e dos governos”, destacou.

 

Limite da propriedade da terra é citado durante encontro

No terceiro dia de atividades do Seminário Nacional da Amazônia, a questão de se estabelecer um limite para a propriedade de terra no Brasil foi lembrada por Dirceu Fumagalli, membro da coordenação nacional da CPT, durante a conferência que contou com a palestra do procurador da República no Pará, Bruno Valente

O representante da pastoral fez um resgate sobre a Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade que ocorre no país desde 2000 e lembrou que este ano, o Fórum Nacional pela Reforma Agrária está à frente de um plebiscito que consultará a população sobre a temática.

Questionado por Fumagalli sobre a importância de se estabelecer um limite da propriedade, o procurador demonstrou apoio à campanha. “A partir do momento que se estabelece um limite para a propriedade, mais pessoas terão acesso a terra e isso, consequentemente, daria vida digna a milhões de brasileiros”, salientou Valente. Para ele, um seminário como este é fundamental para disseminar informações que muitas vezes ficam restritas às organizações.

 

Quilombolas temem avanço do plantio de Dendê

“Se a gente perder mais estas terras para os fazendeiros e grileiros não tem mais como a gente continuar vivendo.” É o que disse Domingas do Rosário Oliveira, representante das comunidades quilombolas da região do Acará (PA).

De acordo com ela, uma das preocupações das comunidades quilombolas da região Amazônica é o crescente avanço das plantações de Dendê (palmeira de onde se extrai óleo). “Além de ocupar muito espaço, porque as plantações são de se perder de vista, cada vez mais o plantio está tomando conta das comunidades. A palmeira de Dendê causa muitos prejuízos ao meio ambiente, pois estes plantios acabam com o solo”, alertou.

Segundo a remanescente, este é o momento de todas as entidades pensarem de um só modo as problemáticas da Amazônia. “De um a um ninguém consegue nada. Já em um seminário unido é mais fácil de mostrar para os governos estadual e federal as inúmeras carências destes povos.”

A Comissão Pastoral da Terra participa do Seminário Nacional da Amazônia com 12 agentes que representam os estados do Tocantins, do Pará, do Acre, de Roraima, de Rondônia, do Amazonas, do Amapá, além da coordenação nacional.  

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