COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

A CLOC - Via Campesina divulga nota sobre o um ano do terremoto que devastou o Haiti, completado hoje, 12 de janeiro, onde convoca todas as organizações americanas que a compõem para se solidarizar com esse povo e cobrar das autoridades internacionais, o fim da ocupação do país por tropas militares estrangeiras e o respeito aos direitos desses cidadãos e cidadãs.

 

(Tradução Cristiane Passos - CPT / foto Thalles Gomes - Brigada Dessalines)

A Coordenadoria Latinoamericana de Organizações do Campo, CLOC- VIA CAMPESINA e suas organizações expressam sua solidariedade com o país irmão Haiti, que há um ano sofreu um terremoto  que devastou, principalmente, Porto Príncipe,  a capital, e outras regiões do Sul, deixando um saldo de 300 000 mortes, milhares de pessoas feridas, e 1 500 000 pessoas sem teto. Soma-se a este desastre natural, o furacão Tomas, outro fruto da crise climática que vive o mundo graças à ganância do capital, somando a tudo isto, o país passou, ainda, por um recente surto de cólera, que já causou 2 000 mortes e uma crise eleitoral há de um mês.

A CLOC - Via Campesina considera que o caos que vive o Haiti é uma catástrofe para todo o Continente Americano, e denuncia que apesar da imediata Solidariedade Internacional mais de um milhão de haitianas e haitianos continuam vivendo em refúgios temporários e mais de 90% da ajuda prometida ainda não chegou ao páis.    Denunciamos, ainda, o cinismo da MINUSTAH, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, que foi criada em 2004 pouco tempo após o golpe de estado que destituiu o presidente Jean-Bertrand Aristide, a qual recebe mais de um milhão de dólares diários para seu funcionamento e pouco ou nada fez para ajudar na restauração e manutenção da Lei, e por promover e proteger os Direitos Humanos das e dos haitianos.

Neste contexto, as Organizações em todo o Continente exigimos:

1.     Que a ONU ponha fim à ocupação militar do Haiti.  Atualmente há militares e oficiais de países como Estados Unidos, Canadá, França, Japão, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru, Coréia, Equador, Argentina e Uruguai no país.

2.     Que pare imediatamente a violação dos Direitos Humanos do povo Haitiano.

3.     Que se realizem processos democráticos e transparentes que reflitam a vontade das e dos Haitianos.

4.     Que exista um verdadeiro espírito de solidariedade dos países chamados amigos do Haiti, para ajudar na reconstrução do país, e que saiam do Haiti aqueles que unicamente perseguem interesses mesquinhos.

5.     Que as entidades de Saúde em nível mundial atendam de maneira urgente   a emergência sanitária  que vivem nossas irmãs e irmãos.

6.     Que se tome em conta a participação das organizações camponesas, sociais  e populares  do Haiti no desenho, execução e controle das políticas e ações de reconstrução.

7.     Que os meios de comunicação conscientes em todo o mundo visibilizem esta crise humanitária e que não se convertam em cúmplices dela.

Por outro lado, aplaudimos a histórica solidariedade de Cuba com o Haiti, e elogiamos a presença da brigada de saúde cubana que conta com 1.200 doutores que estão operando em todo o território haitiano, sem fazer grandes alardes midiáticos, como outros países.

Finalmente, fazemos um chamado a todas nossas organizações, amigos e aliados para que se somem a este Dia de Solidariedade e para que resistamos à militarização e contribuamos na construção de uma cultura de paz em todo o Continente  Americano.

Pela Terra e a Soberania de Nossos Povos!

América Luta!

Para ver a nota em espanhol, clique aqui.

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