Como parte da Jornada Nacional de Lutas, os atingidos pela barragem de Belo Monte, que estão acampados desde a última segunda-feira em Altamira, fizeram nessa manhã (25) um mutirão de doação de sangue no Núcleo de Hemoterapia da cidade.
(Página do MAB)
Com o aumento populacional em função da construção da barragem, o banco de sangue está em falta para o aumento expressivo de atendimentos. A elevação dos índices de violência e de acidentes de trânsito são as principais causas desses atendimentos e consequência do aumento populacional desordenado. Para os coordenadores do MAB, a doação de sangue nesta manhã é em solidariedade à população pobre do município, os principais beneficiários pelo atendimento do banco de sangue.
Segundo o relato de uma das enfermeiras que atendeu os atingidos, há uma baixa doação de sangue no centro de coleta e por conseqüência disso, há falta desse material na rede pública de saúde. Portanto, a atividade serviu também para conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue e para a sensibilização da sociedade para a luta dos atingidos por barragens.
“As experiências que temos de organização dos atingidos em outras regiões do Brasil é a mesma que aqui. O inchaço das cidades é consequência direta da construção de barragens. Com esse inchaço, junto vem o aumento de casos de violência e a insuficiência dos serviços básicos de atendimento à população, como na área da saúde, é sempre assim. Com esse gesto nos solidarizamos com os moradores de Altamira, e denunciamos a construção dessa obra”, afirmou Rogério Hohn, da coordenação do MAB.
Nesta tarde (25), os atingidos que estão acampados na Praça da Independência, fazem uma panfletagem de rua e debatem com a população do centro da cidade sobre os impactos da obra no cotidiano das famílias. Essa iniciativa busca levar informações sobre as consequências da barragem, assim como sensibilizar a sociedade para aderir à luta dos atingidos por barragens.