Organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o mundo, produzem documento a ser enviado para as 450 instituições financeiras públicas mundiais, que se encontram pela primeira vez em reunião internacional chamada "Finanças em Comum", entre os dias 9 e 12 de novembro. Esta declaração se centra nas consequências do financiamento à agricultura industrial, para a apropriação das terras e recursos, principalmente no sul global.
(Farmlandgrab)
As instituições, que vão desde o Banco Mundial até ao China Development Bank, gastam coletivamente 2 biliões de dólares por ano nos chamados projetos de desenvolvimento - estradas, centrais elétricas, plantações do agronegócio e muito mais. Grande parte destas despesas é financiada pelo setor público, ou seja, pela sociedade, e é por isso que se autodenominaram "bancos públicos de desenvolvimento". Mas os povos e comunidades em seus territórios e a experiência das organizações que os acompanham, nos ensinam que eles não são públicos e o que eles financiam é “não desenvolvimento”.
Para o grupo de organizações, é claro que os bancos públicos de desenvolvimento estão desligados de qualquer sentido do significado do que seja o "público", e de qualquer argumento sobre o que deve ser "desenvolvimento".
Na alimentação e na agricultura, a espinha dorsal da própria existência da humanidade, eles financiam o agronegócio empresarial. Não foram criados para apoiar qualquer outro modelo e não têm capacidade real para o fazer. Como a agricultura industrial é responsável por até 37% das emissões anuais de gases com efeito de estufa do mundo, fica clara a necessidade de dispensar os bancos de desenvolvimento.
É preciso uma abordagem muito diferente das finanças internacionais que, de fato, apoie as comunidades e não as empresas, e também sistemas alimentares livres de controle empresarial.
Confira em anexo o documento em inglês e em espanhol: