Após 56 horas de resistência, a truculência promovida pelo governador Romeu Zema no Acampamento Quilombo Campo Grande resultou no despejo de quatorze famílias. Duas estão no abrigo da prefeitura e as demais foram acolhidas pelo MST, no restante do Acampamento.
Da Página do MST
O Movimento Sem Terra no estado de Minas Gerais vem a público denunciar o despejo violento realizado pela Polícia Militar de Minas Gerais na tarde desta sexta-feira, 14.
Em meio à pandemia, o governador Romeu Zema colocou a vida e a saúde de milhares de pessoas em risco, demonstrando o seu descaso com o povo, mostrando sua face covarde e criminosa.
Após 56 horas de resistência no Acampamento Quilombo Campo Grande, o despejo marcado para esta quarta-feira, 12 de agosto, se concretizou com um ataque violento da polícia às famílias organizadas. Foram três dias de tensão, violações de direitos humanos e solicitações para que o governador Romeu Zema suspendesse a ação policial.
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A mobilização do aparato policial promoveu aglomeração expondo não somente as famílias Sem Terra, mas também toda a população da região à propagação do Coronavírus, inclusive grávidas, idosos e outras pessoas do grupo de risco.
Denunciamos que a área de 26 hectares inicialmente constadas no processo judicial n. 6105218 78.2015.8.13.0024, que já estavam desocupados, foi ampliada para 52 ha no último despacho da Vara Agrária e a operação policial foi além da determinada pela liminar, destruindo a casa e lavouras de sete famílias.
Mais uma vez, o Estado se coloca contra os interesses do povo e promove a escalada de violência no campo. Além de realizar um ataque direto à educação do campo, quando a operação derruba a Escola Popular Eduardo Galeano, local que oportunizou à inúmeras crianças, jovens e adultos o direito de aprender a ler e escrever.
Esse é o novo que o governador Zema quer para o povo de Minas Gerais. O projeto de violência e de morte que considera os interesses da burguesia acima de todos. Chega de despejos, é preciso que o governador seja penalizado pelos crimes que cometeu.
Mesmo com as violações e perdas, é importante ressaltar que nesse árduo processo a unidade da classe trabalhadora e a solidariedade da sociedade, ao denunciar e se mobilizar contra o neofacismo que se instala em nosso país, foi fundamental para que enfrentássemos os desmandos do Estado de cabeça erguida.
Assim, reafirmamos, seguiremos firmes na luta pela terra e que as 450 famílias permanecem nas terras da antiga Usina Ariadnópolis, produzindo alimentos saudáveis para o povo brasileiro.
Despejo zero!
Minas Gerais, 14 de agosto de 2020
Direção Estadual do MST – MG