Na noite de ontem (10), uma Conferência de Abertura realizada no Teatro São Joaquim, na Cidade de Goiás, deu início ao I Seminário Internacional e III Nacional: Agrotóxicos, Impactos Socioambientais e Direitos Humanos. A macrorregião é fortemente afetada pelo uso indiscriminado e criminoso de veneno nos alimentos produzidos pelo modelo vigente de monocultivo do agronegócio.
(Equipe de Comunicação do Seminário)
A solenidade contou com a participação da prefeita da cidade, que deu as boas-vindas aos pesquisadores, aos indígenas, quilombolas, camponeses e demais forças políticas unidas em torno de articulações de trabalho socioambiental, em nome dos Direitos Humanos, da Vida e da democracia.
Na sequência, os convidados assistiram a um panorama explicativo, na Mesa de Abertura conduzida por Juvana Xakriabá, Fátima Barros, integrante da Associação Nacional Quilombola e pelo professor Wanderlei Pignati, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) - estado onde se verifica recorde continental na contaminação por agrotóxicos - e também por Alejandra Crespo, pesquisadora ambiental de Santa Cruz, Bolívia, a cidade com maior índice de desertificação em território boliviano.
A representante do povo Xakriabá reafirmou os propósitos de luta contra o agronegócio genocida, em união com os povos tradicionais do continente em busca da consolidação da soberania ecológica dos territórios decolonizados. O Sumak Kausay dos povos andinos, em quíchua, ou buen vivir, em castelhano, inspirou reflexões sobre um novo paradigma de “qualidade de vida” e desenvolvimento.
“Os agrotóxicos matam!", é a conclusão do professor do Instituto de Saúde Coletiva da UFMT! Além disso seria preciso denunciar o caráter criminoso da superexploração da terra e poluição em escala irreversível para a vida no Planeta.
Quem esteve presente pôde se conscientizar da seriedade do tema e da urgência de sua superação estrutural e cotidiana. O que está em questão é o futuro do fornecimento de água e alimentos. A especulação em torno de recursos materiais escassos e sua má utilização pelo corporativismo privatista do agrobusiness, que nos trouxeram à beira da insegurança alimentar.
“O agro não é pop, o agro não é top, o agro é tóxico e mata o nosso povo! Estamos aqui há 518 anos resistindo e não será um governo qualquer que vai acabar com nossa luta”. Assim concluiu Juvana Xakriabá, em espírito de denúncia e luta permanente.