Com o lema “Desigualdade gera violência: Basta de Privilégios!” e tema “Vida em primeiro lugar”, a 24ª edição do Grito dos/as Excluídos/as ocorrerá em diversas cidades do Brasil, como: Juazeiro (BA), Goiânia (GO), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Guarulhos, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Jundiaí, em São Paulo capital, e em diversas outras cidades.
(Fonte: Com informações das Comunidades Eclesiais de Base do Brasil – CEBs)
O Grito dos/as Excluídos/as tem como objetivos principais valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, construindo ações a fim de fortalecer e mobilizar a classe trabalhadora nas lutas populares. O evento também busca denunciar a estrutura opressiva e excludente da sociedade e do sistema neoliberal que nega a vida e quer nos impedir de sonhar.
Confira abaixo um pouco da história e organização do Grito dos/as Excluídos/as:
A proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994 e o 1º Grito dos/as Excluídos/as foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. E é uma descoberta, uma vez que agentes e lideranças apenas abrem um canal para que o Grito sufocado venha a público.
O Grito brota do chão e encontra em seus organizadores suficiente sensibilidade para dar-lhe forma e visibilidade. O Grito não tem um “dono”, não é da Igreja, do Sindicato, da Pastoral; não se caracteriza por discursos de lideranças, nem pela centralização dos seus atos; o ecumenismo é vivido na prática das lutas, pois entendemos que os momentos e celebrações ecumênicas são importantes para fortalecer o compromisso.
Lemas
1995 – “A Vida em primeiro lugar”
1996 – “Trabalho e Terra para viver”
1997 – “Queremos justiça e dignidade”
1998 – “Aqui é o meu país”
1999 – “Brasil: um filho teu não foge à luta”
2000 – “Progresso e Vida Pátria sem Dívida$”
2001 – “Por amor a essa Pátria Brasil”
2002 – “Soberania não se negocia”
2003 – “Tirem as mãos… o Brasil é nosso chão”
2004 – “BRASIL: Mudança pra valer, o povo faz acontecer”
2005 – “Brasil em nossas mãos a mudança”
2006 – “Brasil: na força da indignação, sementes de transformação”
2007 – “Isto não Vale: Queremos Participação no Destino da Nação”
2008 – “Vida em primeiro lugar Direitos e Participação Popular”
2009 – “Vida em primeiro lugar: A força da transformação está na organização popular”
2010 – “Vida em primeiro lugar: “Onde estão nossos Direitos? Vamos às ruas para construir o projeto popular”
2011 – “Pela vida grita a TERRA… Por direitos, todos nós!”
2012 – “Queremos um Estado a Serviço da Nação, que garanta direitos a toda população”
2013 – “Juventude que ousa lutar constrói projeto popular”
2014 – “Ocupar ruas e praças por liberdade e direitos”
2015 – “Que País é este, que mata gente, que a mídia mente e nos consome”
2016 – “Este Sistema é insuportável: Exclui, degrada, mata!”
2017 – “Por direitos e Democracia, a luta é todo dia”
Marcas do Grito
O Grito trouxe inovações à mobilização social. A Criatividade, a Metodologia e o Protagonismo dos Excluídos são marcas do Grito.
Metodologia
O Grito privilegia a participação ampla, aberta e plural. Os mais diferentes atores e sujeitos sociais se unem numa causa comum, sem deixar de lado sua especificidade.
Criatividade/Ousadia
O Grito tem a cada ano, um lema nacional, que pode ser trabalhado regionalmente, a partir da conjuntura e da cultura local. As manifestações são múltiplas e variadas, de acordo com a criatividade dos envolvidos: caminhadas, desfiles, celebrações especiais, romarias, atos públicos, procissão, pré-Gritos, cursos, seminários, palestras…
Protagonismo dos Excluídos
É fundamental que os próprios excluídos assumam a direção do Grito em todas as fases – preparação, realização e continuidade, o que ainda é um horizonte a ser alcançado.
Parcerias
O Grito foi concebido para ser um processo de construção coletiva, neste mutirão estão juntos Pastorais Sociais, Semana Social Brasileira, Movimentos Populares, sociais e sindical, Campanha Jubileu, Grito Continental, Igrejas, Mutirão contra a Miséria e a Fome.
Por que o 7 de setembro?
Desde 1995, o Grito dos Excluídos realiza-se no dia 7 de setembro. É o dia da comemoração da independência do Brasil. Nada melhor do que esta data para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das mobilizações do Grito.
Nesta perspectiva, o Grito se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna. O Dia da Pátria, além de um dia de festa e celebração, vai se tornando também em um dia de consciência política de luta por uma nova ordem nacional e mundial. É um dia de sair às ruas, comemorar, refletir, reivindicar e lutar. O Grito é um processo, que compreende um tempo de preparação e pré-mobilização, seguido de compromissos concretos que dão continuidade às atividades.