COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

800 educadores e educadoras se reuniram em quatro dias de debates sobre a educação popular.

 

 (Texto e imagens por Juliana Adriano, Da Página do MST)

Entre os dias 12 e 15 de junho, cerca de 800 camponeses e camponesas, educadores de escolas, institutos federais, centros familiares de formação por alternância, universidades, gestores públicos e integrantes de movimentos sociais populares e sindicais, se reuniram na Universidade de Brasília (UnB) para o Encontro Nacional 20 anos da Educação do Campo e do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

De acordo com Eliane Novais Rocha, representante da UnB no Fórum Nacional de Educação do Campo (Fonec), a realização da atividade é importante para que seja feito "um balanço dos 20 anos de luta por educação do campo, das políticas públicas e da articulação que têm sido desempenhada pelos movimentos sociais para garantir essa educação. Esse seminário também tem como objetivo demonstrar uma forma de resistência ao desmonte das políticas públicas de educação no Brasil, especialmente a educação do campo".

Durante o encontro avaliou-se que a atual crise vivida no Brasil acirra a luta de classes e fere os direitos fundamentais dos trabalhadores, sobretudo no que tange a educação. A escola sem partido e o fechamento das escolas do campo são emblemáticos.

Hoje existem 60 mil escolas do campo, em 10 anos foram fechadas mais de 30 mil escolas. Podemos enxergar desmontes também na disputa pelos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o desmonte do projeto de educação que vinha sendo expresso na proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O corte nos recursos e a privatização da educação, busca também inviabilizar a educação do campo.

Para Matilde Oliveira de Araújo, do setor de educação do MST de Minas Gerais: "a importância da luta por educação do campo e a construção desse processo tem dois aspectos para serem destacados: o processo de fortalecimento das lutas por educação e também o articulação construída dentro desse cenário".

Os debates durante a atividade reforçaram que atualmente as lutas pelo direito à educação do campo se fazem ainda mais necessárias, pois estão envoltas em um projeto de sociedade onde sejam superadas as formas de exploração do ser humano.

O professor Miguel Arroyo que também esteve presente na atividade afirmou que a luta por educação do campo é parte de um processo histórico na América Latina. 

"Desde que nuestra america foi colonizada, o primeiro direito negado foi o de ser reconhecido como humano. A educação não pode aceitar ser reduzida a luta por escola. Através da educação nos reafirmamos e humanos [...] Assim, ao comemorar os 20 anos da educação do campo, comemoramos também nosso potencial histórico de luta e transformação". finalizou.

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