A proposta é mobilizar a sociedade e dar visibilidade ao caso do sacerdote que há 30 dias foi injustamente encarcerado.
(REPAM)
A Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil organiza para essa sexta-feira (27) um dia de oração em solidariedade a padre Amaro Lopes. A proposta é motivar as comunidades e a sociedade para estar em comunhão com o padre, que há 30 dias está injustamente preso e chamar a atenção para o processo de criminalização e perseguição a agentes de pastoral e de direitos humanos na região.
O sacerdote atua desde 1998 na Paróquia Santa Luzia, onde é líder comunitário e coordenador da Pastoral da Terra (CPT). Trabalhou junto com Irmã Dorothy Stang, que foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005, no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) “Esperança”. Desde então, Amaro segue na luta pela defesa, conquista e permanência do povo no campo. Nessa sexta-feira (27) padre Amaro Lopes completa 30 dias de privação de liberdade no Centro de Recuperação Regional de Altamira/PA.
Segundo Ir. Irene Lopes, secretária executiva da REPAM-Brasil, esse movimento suscitado pela Rede, além de manifestar apoio a Amaro, pretende dar visibilidade ao sofrimento dos agentes de pastoral e de direitos humanos que cotidianamente são criminalizados, sofrem ameaças ou são mortos na região. “A oração é uma maneira de dizermos a todas essas pessoas que estamos unidas a elas. Nós precisamos dar forças e prestar nossa solidariedade”, afirmou Ir. Irene. O pedido da religiosa é que cada comunidade, paróquia, diocese, pastoral, movimento social organize um momento orante e reflexivo com o material preparado.
A atuação de Amaro é bastante expressiva e vem mobilizando diversos coletivos em seu apoio e contra a criminalização dos agentes de pastoral e de direitos humanos na região. Comunidade, sacerdotes, Igreja do Xingu, bispos da Amazônia, já manifestaram solidariedade ao padre e exigem agilidade e transparência nas investigações, bem como a liberdade imediata de Amaro Lopes.
Na última semana, uma liminar que pedia a soltura do padre foi negada pela desembargadora Vânia Lúcia Carvalho da Silveira, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará/TJE, mas há possibilidade de recorrer da decisão. Há também um pedido de Habeas Corpus, que ainda não foi julgado. Os advogados vão recorrer a todas as possibilidades no TJE e estudam a possibilidade de levar ao Superior Tribunal de Justiça/STJ.
Oração em solidariedade a Padre Amaro
Senhor Deus da Vida, Pai dos pobres,
Escutamos o clamor de muitas comunidades e pessoas sem teto, terra e trabalho.
Muitas vezes, sentimo-nos impotentes, não conseguimos enxergar teu Reino que vem no meio de nós.
As pessoas que tentam defender, contigo, a vida são criticadas, caluniadas ou perseguidas.
Hoje, faz um mês que nosso irmão Pe. Amaro está preso por crimes que não cometeu, por defender a floresta e a terra das pequenas comunidades em Anapu, no Pará.
Lembrando dele, nossa oração se levanta de todos os cantos do Brasil, para que os pequenos tenham vida; os povos indígenas, suas terras e direito; e a Amazônia seja sempre o jardim que nos é dado proteger e cuidar.
O Espírito ilumine o poder judiciário para que julgue com sabedoria e devolva a liberdade ao nosso irmão padre.
Protegei teus servos, Senhor, e guiai-nos pelas vias da paz e da justiça.
Amém.