O Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) iniciou na manhã deste sábado, 17 de março, com atividades autogestionadas superando a expectativa da comissão organizadora do evento, com a participação de mais de 2 mil pessoas já no primeiro dia do evento.
(Por Adilvane Spezia | Comunicação FAMA 2018)
Durante o dia, a programação contemplou 180 atividades autogestionadas, todas realizadas no Pavilhão João Calmon (PJC), Pavilhão Anísio Teixeira (PAT) e Anfiteatros do ICC Norte (Minhocão), locais estes que ficam na Universidade de Brasília (UnB).
As “atividades autogestionadas” são atividades político-culturais dos povos e lutas em resistência em todo mundo. São atividade autônomas, organizadas de forma livre, a metodologia adotada fica a critério dos grupos que estão à frente das atividades, no caso do FAMA 2018, são organizadas por movimentos sociais, institutos, organizações populares, sindicais e ambientais.
O maior evento em defesa da água do planeta deu seu ponta pé inicial com Assembleia Popular das Águas, seguida de um conjunto de debates, oficinas, seminários, rodas de conversa e sessões de cinema, todos debatendo sobre o nosso bem maior, a água.
O FAMA também é um espaço de denúncias e depoimentos. Antônia Melo da Aliança, dos Rios dos Povos do Xingu, disse que somos todos a voz dos rios, e eles estão nos chamando para nos juntar em defesa deles. Leandro, do Rio Grande do Sul, faz um alerta: “a água antes de tudo é um bem comum. Água antes de tudo é um ser vivo. Água não é um patrimônio sequer dos povos, é um patrimônio da natureza”. “Água é um presente da Pachamama para todos os seres vivos”. Ele ainda destaca: “parem de acreditar nas autoridades, comecem a acreditar uns nós!”.
Marina Rocha, ribeirinha do São Francisco e agente histórica da Comissão Pastoral da Terra (BA) na Bahia, abriu os depoimentos do dia e denunciou: “Nosso Velho Chico vem sofrendo várias agressões, vem desaparecendo diversas nascentes que alimentam o nosso rio”.
Além da programação em Brasília, também estão sendo realizados atos, manifestações e ações em todo país, como a Marcha em Defesa das Águas na cidade de Araçuaí (MG). Ato na Hidrelétrica de Belo Monte (PA) e a saída dos atingidos rumo a Brasília. Ocupação da linha de trem da Vale no município de Pedra Corrida por atingidos pela Samarco de Minas Gerais e do Espírito Santo. Estas atividades regionais fazem parte do início do Fórum Alternativo.
O segundo dia do FAMA 2018 segue com atividades autogestionadas na UnB, porém, a programação contemplará uma diversidade ainda maior, estão previstas em torno de 200 atividades que serão desenvolvidas no Campus.
Durante os 5 dias, 17 a 22, estarão reunidos na capital do País comunidades tradicionais, movimentos sociais, povos tradicionais, movimentos sindicais, ambientalistas e ativistas autorais para construir um caminho de resistência em defesa das águas como um direito e não mercadoria, como o Fórum das Corporações tem se proposto.
Acompanhe a programação do Fórum Alternativo Mundial da Água 2018 pela página @fama2018 e site do evento.