Nós, famílias camponesas e remanescentes de quilombo, unidos na Articulação Camponesa de Luta pela Terra e Defesa dos Territórios do Tocantins, juntamente com a Via Campesina, comunicamos o fim da paralisação da Ferrovia Norte-Sul, no trecho de Palmeirante (TO), após cerca de 36 horas de mobilização.
A desocupação se deu na noite desta terça-feira (10), mediante deliberação coletiva das famílias. A decisão foi tomada após a Ouvidoria Agrária Nacional (OAN) garantir a realização de uma reunião nos dias 18 e 19 de outubro, em Palmas, envolvendo representantes nacionais do Incra e do Programa Terra Legal e o presidente do Instituto de Terras do Tocantins (Itertins), além da presença do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública Agrária.
A pronta resposta da OAN em atender nossas reivindicações reitera, portanto, a legitimidade da mobilização, que ocorreu em tempo integral de forma pacífica e organizada, sempre buscando o diálogo. Consideramos que parte dos nossos objetivos foram alcançados. Todavia, temos consciência de que nossa luta continua e seguiremos em busca dos direitos de cada família que compõe nossas comunidades.
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Reafirmamos que nossas reivindicações não buscam contemplar apenas as necessidades individuais de cada comunidade e não são motivadas por influência político-partidária. Elas são baseadas na mudança do contexto agrário no estado do Tocantins, hoje baseado na concentração ilegal da terra nas mãos de fazendeiros e grupos vinculados ao agronegócio que exploram o trabalhador e não produzem alimentos para o sustento do povo brasileiro.
Articulação Camponesa de Luta Pela Terra e Defesa dos Territórios no Tocantins
Palmeirante, 10 de outubro de 2017.