A Conferência será realizada entre os dias 13 e 17 de abril, em Marabá, no Pará, fazendo memória do 20º ano do Massacre de Eldorado do Carajás, quando 19 sem terras foram assassinados. No dia 15, durante a Conferência, a CPT irá lançar seu relatório Conflitos no Campo Brasil 2015.
(Via Campesina)
(Harare, abril de 2016) Este ano rememora-se o 20º aniversário do Massacre de Eldorado dos Carajás, onde 19 camponesas e camponeses sem terra foram assassinados em sua luta legítima pela terra. Esse fato ocorreu no dia 17 de abril de 1996 e, desde então, a Via Campesina constituiu essa data como Dia Internacional das Lutas Camponesas. É, portanto, diante desse marco de memória e resistência que organiza a Conferência Internacional de Reforma Agrária, a qual busca atualizar o debate sobre esta temática junto aos seus membros e aliados, como a Marcha Mundial de Mulheres, World Forum of Fisher People, Organización de Pueblos Indígenas, CIP, Fian Internacional, Grain, ETC, LRAN e Amigos de la Tierra Internacional.
A Conferência será realizada entre os dias 13 e 17 de abril no estado do Pará, Brasil. Entre as principais mesas de debate estão: Estudo sobre a natureza do projeto do capital e do agronegócio; a natureza do projeto de reforma agrária popular e os desafios do movimento camponês e trabalhador na construção de uma agenda de ação comum. O evento contará com a presença de 200 delegadas e delegados da África, Ásia, Europa, Oriente Médio e das Américas, os quais finalizarão esta atividade com um ato internacional de solidariedade, mística e justiça que se realizará no mesmo horário e lugar em que ocorreu o Massacre do Eldorado dos Carajás.
Para a Via Campesina a questão da terra é central na luta pela Soberania Alimentar e é por isso que considera importante gerar um espaço de reflexão e construção coletiva, diante do contexto de acumulação, desapropriação, fome e criminalização que vive o campesinato em sua luta pelo acesso a este bem comum.
Nesse sentido, a Reforma Agrária que planteia a Via Campesina não só deve assegurar o acesso e o controle sobre a terra para quem nela trabalha como também deve assegurar a Soberania Alimentar mediante a produção de alimentos saudáveis e através de sistemas agroecológicos. Além disso, deve garantir condições e direitos básicos como a saúde, educação, tecnologia e cultura a toda a população do campo. Um projeto que não se limite somente ao campesinato, mas que deve ser visto como uma alternativa aos problemas estruturais do campo e de toda a sociedade.
Nesse contexto, para um movimento global como a Via Campesina também é estratégico construir elementos comuns para a incidência em políticas públicas, além de fortalecer a unidade e a solidariedade nas lutas e nos territórios.
Contatos Imprensa:
Viviana Rojas Flores: (61) 9929-9536
Porta-vozes:
Marina Dos Santos, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST. Espanhol- Português.
Federico Pacheco, Francês.
Tradução: Amanda Verrone