Dois mil Sem Terra caminham rumo a capital para cobrarem do governo os compromissos assumidos com os camponeses mineiros. A marcha faz parte da Jornada Mineira de Lutas por Reforma Agrária.
(Fonte: Da Página do MST)
Os Sem Terra também já se preparam para se somarem às mobilizações do próximo dia 20/08, quando diversas organizações sairão às ruas contra política econômica do governo federal e em defesa da democracia. Em São Paulo, outras 450 famílias também já aquecem os tambores numa marcha realizada no interior do estado.
A jornada mineira tem como objetivo denunciar a paralisação da Reforma Agrária no país, a política econômica perversa do governo federal, que coloca em risco a conquista de direitos dos trabalhadores, e cobrar o compromisso do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em assentar todas as 5 mil famílias acampadas do MST no estado.
O Movimento trás reivindicações históricas que o governo garantiu atender, como a erradicação da pobreza no campo, o investimento em infraestrutura e no desenvolvimento dos assentamentos, além de um programa de agroindústrias, o desenvolvimento de um plano de recuperação ambiental para o estado, a abertura de escolas do campo.
Outro ponto é a garantia de desapropriações das áreas emblemáticas, como o acampamento Terra Prometida, onde aconteceu o massacre de Felisburgo; o acampamento Nova Vida, em Novo Cruzeiro, onde as famílias resistem há 14 anos, e a fazenda Ariadnópolis, na qual vários acampamentos resistem há 16 anos.
De acordo com Silvio Netto, da coordenação estadual do Movimento, “não tem mais motivos para adiar o atendimento das nossas demandas.” Ele afirma ainda que reconhece a abertura do governo para diálogo, mas reitera que “somente conversa não basta, precisamos de ações concretas”.
A jornada iniciou com uma marcha às 7h da manhã pela avenida Cristiano Machado até a cidade administrativa, onde será realizado um ato político pela Reforma Agrária. Em seguida, o MST montará acampamento na Assembleia Legislativa, onde continuará a programação.