O Instituto Social Ambiental (ISA) lidera iniciativa que articula 12 organizações e tem foco na estruturação e fortalecimento de cadeiras produtivas de atividades sustentáveis de populações indígenas, extrativistas e agricultores familiares em 11 municípios do Pará e Mato Grosso.
(ISA)
Na semana passada, foi dado o pontapé inicial de um projeto, de quase três anos, que vai contribuir para que atividades que mantêm a Floresta Amazônica em pé sejam cada vez mais viáveis e atrativas do ponto de vista econômico e sustentáveis para as populações tradicionais.
Nos dias 13 e 14 de maio, 25 integrantes do projeto Sociobiodiversidade do Xingu, financiado pelo Fundo Amazônia, reuniram-se, em Brasília, para discutir os detalhes da execução da iniciativa. Os participantes revisaram planos, metas e indicadores do plano de monitoramento, modo coletivo e organizado de se trabalhar, fundamental na estratégia de envolver todos os parceiros na discussão dos aspectos técnicos e operacionais para atingir plenamente os objetivos do projeto.
O ISA lidera a iniciativa, que articula 12 organizações, tendo como foco a estruturação e fortalecimento de cadeiras produtivas que envolvam atividades econômicas sustentáveis de populações indígenas, extrativistas e agricultores familiares em 11 municípios do Pará e Mato Grosso. As ações materializam uma estratégia de atuação em várias áreas das bacias do Xingu e Araguaia.
O projeto vai apoiar a produção e comercialização de serviços e produtos agroflorestais, como sementes e mudas florestais, borracha, castanha, pequi e outras frutas, óleos e essências amazônicos. No Mato Grosso, serão beneficiadas 320 famílias do Parque Indígena do Xingu e das Terras Indígenas Wawi e Marãwatsedé, além de 195 famílias de agricultores, distribuídas em cinco projetos de assentamento de reforma agrária. No Pará, as ações beneficiarão 31 famílias de agricultores assentados e 220 famílias de comunidades tradicionais extrativistas.
As organizações que fazem parte do projeto são a Associação Comunitária Agroecológica Estrela da Paz, Associação de Educação e Assistência Social Nossa Senhora da Assunção (Ansa), Associação Terra Viva de Agricultura Alternativa e Educação Ambiental, Operação Amazônia Nativa (Opan), Associação Indígena Moygu Comunidade Ikpeng (AIMCI), Associação Indígena Kisêdjê (AIK), Associação Agroextrativista Sementes da Floresta (Aasflor), Associação dos Moradores da Reserva Extrativista do Riozinho do Anfrísio (Amora), Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Rio Iriri (Amoreri), Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Rio Xingu (Amomex), Associação Extrativista do Rio Iriri e Maribel (Aerim), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e Articulação Xingu Araguaia (AXA), da qual a CPT no Mato Grosso faz parte.
Cláudia Alves de Araújo, agente da CPT no Mato Grosso e vice-presidente da Associação Terra Viva, participou da reunião e apresentou os projetos mantidos pela AXA na região.
O projeto Sociobiodiversidade do Xingu foi o primeiro projeto contratado na lista de 18 selecionados pelo Fundo Amazônia no âmbito da Chamada Pública de Projetos Produtivos Sustentáveis. A chamada contemplou projetos “aglutinados” ou seja, gerenciados por uma organização “aglutinadora” e compostos de subprojetos de outras organizações menores, “executoras” ou “aglutinadas”, orientados para o desenvolvimento de, ao menos, uma das seguintes cadeias: manejo florestal madeireiro e não madeireiro; aquicultura e arranjos de pesca; sistemas agroecológicos e agroflorestais
Sobre o Fundo Amazônia
Criado em 2008, o Fundo Amazônia possui hoje 45 projetos já contratados, no valor de R$ 628 milhões. O Fundo capta doações destinadas a investimentos não reembolsáveis em prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e ações de conservação e uso sustentável das florestas na Amazônia. O governo da Noruega, o banco de desenvolvimento alemão KFW e a Petrobrás já destinaram recursos ao fundo, que é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).