Próximo de completar 3 anos do assassinato do casal de extrativistas, projeto busca manter viva a luta desses defensores da Floresta. A família, a Comissão Pastoral da Terra e organizações locais do Pará estão organizando um grande mutirão para reconstruir a casa e o lote, onde morava o casal, para receber visitantes. Confira e veja como ajudar:
Elvis Marques - da Comunicação da CPT Nacional
Certa vez, um defensor da floresta, chamado José Cláudio, ou simplesmente Zé, afirmou que "se uma árvore morre, eu planto outra. Porque no dia em que eu me for, vai ficar minha continuidade. E virão outras pessoas que querem a mesma coisa (Floresta) que tenho hoje”.
O extrativista e a companheira, Maria do Espírito Santo, se foram na mesma data. Na próxima semana, no dia 24, completam 3 anos que o casal foi assassinado. José e Maria semearam boas sementes ao longo da vida. Queriam que prosseguissem suas histórias de luta. Defendiam a Floresta, pois, por inúmeras vezes, a viam ser destruída por conta da incessante ganância do ser humano. Pensavam no próximo, afinal tinham o desejo que quem viesse a esse mundo conhecesse suas belezas impagáveis.
No desafio de “plantar novas árvores” nesse mundo, assim como diz Zé, os familiares do casal e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) se uniram, mais uma vez, e lançaram #AFlorestaVaiGritar. Uma “vaquinha virtual” foi criada para arrecadar contribuições com intuito de ajudar a família de José e Maria a continuar a luta por Justiça e realizar grande mobilização dentro local onde eles viviam, no assentamento Praia Alta Piranheira, município de Nova Ipixuna, no nordeste do Pará.
Entenda o projeto
A família, a CPT e organizações locais do Pará estão organizando um grande mutirão para reconstruir a casa e o lote onde José e Maria residiam, que deverá receber visitantes. “Queremos fazer um grande ato para reunir forças, apoio das outras famílias extrativistas, e transformar o local de vida deles em um símbolo”, informa a descrição da Campanha.
O nome dos apoiadores será escrito em um muro na entrada da casa e agradecido nas redes sociais. #VivaZéCláudioeMaria!
Julgamento
Em 2013, ocorreu julgamento em que José Rodrigues Moreira - acusado de ser o mandante do crime - foi absolvido pelo Tribunal do Júri. Lindonjonson Silva e Alberto do nascimento foram condenados pela execução dos extrativistas.
Segundo o advogado da CPT José Batista Gonçalves, na época do julgamento “a parcialidade do juiz Murilo Lemos Simão ficou comprovada em sua própria declaração no texto da sentença final”. Em um trecho, o juiz afirma que “o comportamento das vítimas contribuiu de certa maneira para o crime (...)”.
O advogado afirma que com essa declaração “o juiz tentou, de forma irresponsável, criminalizar as vítimas e legitimar a ação dos assassinos. Uma tentativa de manchar a história e a memória do casal assassinado”, conclui.
Voz
Zé e Maria abraçaram uma causa e dedicaram suas vidas para protegerem a floresta Amazônica, assim como a preservação de todo o meio ambiente. Dedicaram-se a algo que é necessário para todos humanos, porém que poucos conseguem ou querem enxergar. Amavam a floresta. E queriam que as demais gerações conhecessem e soubessem o quão é importante todo aquele verde, as águas e os animais.
Zé e Maria deram Voz à Floresta. ”Aqueles que mataram Zé Cláudio e Maria tentaram calar essa Voz. Mas o legado deles ficou e a #AFlorestaVaiGritar!”, reafirma a Campanha.
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