COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

O encontro contou com a participação de 104 representantes de diversas comunidades tradicionais da região dos Cocais, no Maranhão, com a presença do MOQUIBOM (Movimento Quilombola do Maranhão), 19 mulheres camponesas, 22 jovens fazendo a diferença, marcando espaço, propondo mudanças nas relações sociais de gênero.

 

(CPT Maranhão e CPT Nacional)

 

Representantes de mais de 40 comunidades tradicionais da região dos Cocais, estiveram reunidas em Codó (MA), no Centro de Formação da Paróquia São Raimundo durante os dias 19 e 21 de março, discutindo problemas que os afetam todo dia. Parte significante delas reclamou de conflitos agrários violentos, envolvendo empresários, políticos e empresas aliadas ao latifúndio da região, com a contribuição do estado, a força repressora da polícia e a mão de ferro do judiciário, que desconhece a realidade agrária do Maranhão, condenando as comunidades em defesa dos interesses desses grupos.

 

No município de Codó as dificuldades são diversas. Em Buriti-Corrente, contou o presidente Antonio Borges, há mais de um ano mais de 100 famílias aguardam decisão da Justiça sobre a posse da terra. “Nós não podemos acessar nenhum dos projetos dos programas do governo porque nós não temos a terra, precisamos da terra pra poder receber esses projetos… Nós somos 152 famílias lá”, ressaltou Borges. Em muitos povoados, lavradores denunciam que vivem debaixo de ameaça constante.

 

Onde dona Maria Romana mora, em Queimadas, nem a capelinha para o exercício da religião católica os lavradores puderam levantar.  “É muito difícil, eles impediram que eu fizesse uma capelinha simples porque eles não querem que a gente faz porque não aceitam que vá pessoas de mais conhecimento do que nós porque eles dizem que a gente quer é tomar a comunidade deles (…) pessoal tem medo de agir porque eles ficam intimidando as pessoas direto”, denunciou à TV Mirante.

 

 

O encontro teve o intuito de debater temas relacionados à problemática rural e, ao final, criar um plano de ação cuja finalidade maior é tentar, ao menos, diminuir estas dificuldades, como explicou um dos participantes, o professor Mário Sérgio Moreira de Queiroz.

 

“Essas questões do conflito, da falta de compromisso do Poder Público para com o homem do campo, essa questão do desenvolvimento dessas comunidades, o que podemos fazer para que isso seja acelerado… No final nós vamos construir uma agenda, tipo um plano de ação”, disse.

O encontro, que teve como uma das organizadoras a Pastoral da Terra do Maranhão, foi finalizado no dia 21 de março último, com uma grande passeata pelas ruas de Codó.

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline