Trabalhadores enceraram greve na tarde de ontem após acordo firmado junto ao MPF e a Comissão de Auditores do Trabalho do MTE. Por três dias e meio, cerca de 550 grevistas ocuparam sede de fazenda, no município de São Raimundo das Mangabeiras, para exigir o pagamento dos salários atrasados e melhores condições de trabalho.
(Fonte: Rádio Boa Notícia)
Depois de 3 dias e meio de greve os trabalhadores do corte de cana da Fazenda Agro Serra, localizada no município de São Raimundo das Mangabeiras, a 90 km de Balsas, no Sul do Maranhão, encerraram a greve na tarde de ontem dia 20 de março, depois de acordo firmado junto ao Ministério Publico Federal e a Comissão de Auditores do Trabalho do MTE, que esteve na sede da fazenda na manhã desta quinta-feira dia 20 depois de ter recebido varias denuncias sobre as manifestações e reivindicações dos trabalhadores.
Os 550 grevistas, que na segunda-feira dia 17 ocuparam a sede da Fazenda impedindo entrada e saídas de pessoas, exigiam o pagamento de salários atrasados e melhores condições de trabalho. Com o valor baixo do metro de cana plantado e também do metro cortado, sendo para o primeiro 0,023 centavos e para a segunda 0,40 centavos. Os trabalhadores também se queixam dos descontos da alimentação, alojamentos e medicamentos quando eles adoecem na temporada em que estão na fazenda e precisam tomar.
A grande maioria dos trabalhadores do corte de cana da Fazenda Agro Serra é da região central do Estado do Maranhão e tem entre 50 a 18 anos de idade. Segundo os mesmo o que os faz aventurar esse tipo de trabalho longe de casa é a falta de emprego em suas cidades e regiões.
Segundo Dr. Adriana Maria Silva Candeira, procuradora do MTE de Imperatriz, o primeiro passo foi fazer o pagamento dos trabalhadores que reivindicavam atraso nos salários, e o segundo passo fazer uma vistoria na fazenda para apurar possíveis irregularidades trabalhistas também denunciadas pelos mesmos.
As negociações com os trabalhadores foram concluídas pelas por volta das 05:00 horas da manhã de hoje dia 21 na sede do escritório da fazenda em Balsas. Cada trabalhador foi remunerado com pouco mais de 3 mil reais, fora o FGTS.
Paulo Sousa da Silva Oliveira, 18 anos, natural de Mirador-MA, deixou a escola e a família, para aventurar sonhos de melhores condições de vida, fazendo um trabalho honesto, e disse ter se arrependido de ter feito essa escolha, o mesmo contou a nossa reportagem que vai ao chegar em sua cidade vai voltar a estudar, para consegui um trabalho melhor.
Os trabalhadores disseram ainda está contentes com o resultado final da manifestação, e que essa “foi uma vitoria conjunta, fruto da união dos trabalhadores.”
Irmã Maria Ozania da Silva, da Patoral do Migrante da Diocese de Balsas esteve acompanhando os trabalhadores desde o momento em que ficou sabendo da greve.
Os trabalhadores que aderiram à greve são das cidades de: Lima Campos, Mirador, Paraibano, Parnarama, Colinas, Lagoa do Mato, São Luis Gonzaga, São Francisco do Maranhão, Mangabeiras, Cocos, Fernando Falcão, São João dos Patos, Passagem Franca, Buriti Bravo, Sucupira do Norte, Sucupira do Riachão, Fortaleza dos Nogueiras e Balsas.
Por Eanes Silva
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