Foram diversos os temas tratados em debate no 12º Acampamento das Trabalhadoras Rurais da Bahia, que reuniu cerca de 500 mulheres no Parque de Exposição de Salvador, entre os dias 17 e 19 de março.
(Fonte: MST)
Com o tema “A luta e Organização das Mulheres Trabalhadoras Contra a Violência e pela Autonomia e Construção de um Projeto Popular”, o foco do debate de terça-feira (18) se deu sobre o enfrentamento da violência contra as mulheres.
Denice Santiago, coordenadora de Ações Temáticas da Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), falou sobre os tipos de violência contra as mulheres (psicológica, moral, patrimonial, sexual e física) e debateu a importância da Lei Maria da Penha, das Delegacias Especiais de Atendimento a Mulher, ressaltando os aparelhos de proteção e ajuda como os Centros de Referência.
Para Denice, “todos estes espaços e leis são frutos da luta histórica das mulheres do campo e da cidade”.
Ao longo do debate, as camponesas problematizaram as dificuldades de acessar as políticas públicas e suas limitações enquanto instrumentos para romper com o ciclo de violência.
A autonomia, a valorização e o reconhecimento dos direitos das mulheres foram apontados como soluções, mas também a compreensão da necessidade da transformação das relações sociais como um todo.
Para as mulheres presentes, pontos como estes colocam os movimentos sociais como responsáveis por assumir a luta pelo fim da violência.
Sub-Plenárias
Na parte da tarde foram realizadas diversas sub-plenárias. Divididas em grupos de 30, as mulheres se centraram em temas como agroecologia, direitos sociais das mulheres, experiências de produção organizada pelas mulheres, plebiscito popular, políticas públicas, etc.
O principal objetivo desses espaços de formação consistiu na troca de experiências e no estudo permanente sobre as questões que norteiam a autonomia e enfrentamento à violência.